A manhã desta segunda-feira, 6, começou com clima tenso, uma briga entre araras-canindé e chamou a atenção de moradores de Palmas. Aproximadamente quatro delas foram flagradas trocando bicadas, durante uma briga registrada no topo de uma palmeira, em frente a um hospital, no plano diretor sul da capital. E até um papagaio apareceu no meio da confusão.
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O registro foi feito pelo médico pediatra, Delcides Neto, que trabalha na região.Veja o vídeo:
“Chamou atenção porque foi muito barulho e muita gente que estava entrando na emergência parou para ver porque a barulheira era bastante. Não sei quanto tempo durou, mas elas continuaram batendo um papo meio acalorado”, disse o médico.
Explicação
A bióloga Renata Acácio, sócia-fundadora da instituição Arara Ecos, explicou que a briga aconteceu por uma disputa do ninho.
“Tem um período do ano que elas se reproduzem. Aqui em Palmas, geralmente, começa a partir de março essa prospecção de ninhos. Não tem muita oferta provavelmente. Acho que a prefeitura, Naturatins e universidades precisam pesquisar para comprovar a quantidade de araras e a quantidade de ninhos disponíveis. Eu também já flagrei situações assim, de brigas de casais por disputas de ninho”.
A bióloga disse que na natureza, as aves costumam construir ninhos em buritizais e nos pés de coco-babaçu. Nas cidades, elas usam as palmeiras-imperiais. “Quando não tem as palmeiras disponíveis, elas matam o ápice da palmeira, vão roendo até matar, e começam a trabalhar, fazer o oco, preparar para poder colocar os ovos”.
Após a reprodução, uma das aves fica cuidando do ninho por cerca de 80 dias. A outra vai em busca de alimentos, até os filhotes começarem a fazer os primeiros voos. Eles ficam sob os cuidados dos pais de um a dois anos.
“Nesse período as araras não se reproduzem, aí vêm outras aves e se reproduzem. Outras araras ou até os papagaios, tucanos ou qualquer outra ave que tiver no período reprodutivo, ocupam. De repente aquele papagaio poderia estar lá olhando também”.
A instituição Arara ECOS firmou um acordo de cooperação técnica com a Prefeitura de Palmas para instalar ninhos artificiais pela cidade e orientar sobre a plantação de palmeiras nativas em áreas verdes da cidade.
Segundo Renata, os primeiros ninhos devem começar a ser instalados no fim deste mês.