Usuários relataram nas redes sociais que o relógio de seus aparelhos celulares foi atrasado em uma hora neste domingo (16), que seria o dia do fim do horário de verão, se ele ainda estivesse me vigor.
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O problema já havia acontecido em outras datas do ano passado: no fim de semana de 19 e 20 de outubro, data padrão da mudança, e também em 3 de novembro. A reprogramação já era prevista, porque o horário de verão em 2018 teve início no primeiro fim de semana de novembro.
O decreto que revogou o horário de verão foi assinado em abril de 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a medida segue estudos que analisaram a economia de energia no período e como o relógio biológico da população é afetado.
No ano passado, o Google publicou um anúncio oficial recomendando que usuários de Android no Brasil alterassem as configurações automáticas de data e hora; saiba como fazer isso. O Google sugeriu manter a desativação até este domingo, dia 16 de fevereiro.
Também em 2019, as operadoras de telefonia disseram que tinham “desprogramado a alteração” em suas plataformas, “de acordo com o novo decreto presidencial”. Mas, mesmo assim, alguns usuários constataram a mudança de horário automática em seus aparelhos.
Em nota, o Sinditelebrasil, o sindicato das empresas do setor, afirma que elas “realizaram testes na rede e não foram identificados problemas na alteração de horário”.
A entidade afirma que há alterações que não ocorrem na rede das operadoras, mas, sim, em aplicativos instalados nos aparelhos.
Saiba corrigir
Nos aparelhos Android
- Toque no ícone “Configurar”;
- Toque na opção “Data e hora”;
- Desmarque a opção “Data e hora automáticas”
- Configure manualmente a hora correta
No iPhone
- Acesse a tela principal e toque na opção “Ajustes”
- Toque na opção “Geral”
- Toque na opção “Data e Hora”
- Desabilite a opção de configuração do relógio “Automaticamente”
- Configure manualmente o horário correto
O objetivo por trás da origem do horário de verão é aproveitar os dias mais longos para obter um melhor aproveitamento da iluminação natural, poupando recursos da matriz energética e reduzindo os riscos de apagões, principalmente no horário entre 18h e 21h, quando as lâmpadas dos espaços públicos são ligadas, boa parte da população chega em casa e parte do comércio, escritórios e indústria continua ativa.
Mas, nos últimos anos, mudou o padrão de consumo do país. Lâmpadas incandescentes foram substituídas por lâmpadas mais eficientes, e o horário de pico de energia se deslocou do início da noite para o meio da tarde, por volta das 15h, devido ao aumento expressivo do uso de ar-condicionado.
Estudo do Ministério de Minas e Energia divulgado em 2018 já apontava para a perda de efetividade do horário de verão. Segundo a nota técnica, a adoção de outros instrumentos regulatórios, como a tarifa branca e preço por horário, pode produzir resultados mais relevantes para o setor elétrico.
De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, o governo fez uma pesquisa que mostrou que 53% dos entrevistados pediram o fim do horário de verão. Não foram divulgados, entretanto, detalhes da pesquisa.
Histórico
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase seis meses, vigorando de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932.
No verão seguinte, a medida foi novamente adotada, mas, depois, começou a ser em períodos não consecutivos. Primeiro, entre 1949 e 1953, depois, de 1963 a 1968, voltando em 1985 até abril de 2019, quando foi revogado por decreto.
O período de vigência do horário de verão era variável, mas, em média, durava 120 dias.
No mundo, o horário diferenciado é adotado em 70 países — e atinge cerca de um quarto da população mundial. O horário de verão é adotado em países como Canadá, Austrália, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai.