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Nove meses após a estreia nos EUA, a Apple está lançando nesta quarta-feira no Brasil seu serviço de ginástica e meditação on-line chamado Fitness+. Embora os 11 tipos de exercícios tenham apenas áudio em inglês e legendas em português neste primeiro momento, a companhia pretende dar passos inéditos no Brasil.
Em entrevista ao GLOBO, Jay Blahnik, vice-presidente de Fitness Technology para Apple, diz que a companhia está aberta à possibilidade de investir em conteúdo em português com profissionais brasileiros.
“Queremos ser capazes de atrair o máximo de usuários possível e tornar a experiência mais agradável”, antecipa ele.
O serviço, que vai custar R$ 29,90 por mês ou R$ 149,90 por ano, está sendo lançado hoje em outros 14 países, como Colômbia, França, Alemanha, Itália e Portugal, entre outros. Em setembro, a companhia lançou no Brasil a sua nova linha de iPhones 13.
Blahnik lembrou ainda que a pandemia mostrou que as pessoas querem flexibilidade máxima quando se trata de condicionamento físico, saúde e bem-estar.
“O que aprendemos é que o condicionamento físico agora não é definido apenas como academia”, afirmou ele.
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Destacou ainda como a rede 5G vai permitir novos serviços.
“Continuaremos investindo em recursos que tirarão proveito dessa tecnologia”, afirmou Blahnik.
Leia os principais trechos da entrevista.
A Apple está lançando seu serviço de ginástica no Brasil, mas com conteúdo em inglês. Tem planos para desenvolver isso em português e com profissionais brasileiros? Sim, acho que estamos abertos à possibilidade de ir onde o Fitness + estiver. Nosso objetivo é ajudar as pessoas a ficarem forma. Queremos ser capazes de atrair o máximo de usuários possível e tornar a experiência a mais agradável possível. Ao contrário de um filme ou programa de TV, não há problema em experimentá-lo em inglês porque você entende a maior parte do que está fazendo porque pode ver também, mas estaríamos absolutamente abertos para fazer todo tipo de coisa para ajudar a tornar a experiência com condicionamento físico mais agradável ao redor do mundo. Ainda faremos todo o conteúdo em inglês, mas ofereceremos algumas legendas em seis idiomas diferentes, incluindo o português do Brasil. Conversamos muito com os usuários e eu acho que as pessoas estão realmente entusiasmadas em poder experimentar os treinos e as meditações na língua em que o treinador fala. Elas querem em ouvir sua entonação em vez de uma dublagem. Nós também estamos muito animados para ver onde isso nos leva. Você sabe que só estamos no mercado há nove meses, então estamos entusiasmados indo para tantos novos países, mas acreditamos que, com o tempo, haverá uma necessidade de conteúdo nesse idioma. Estamos apenas começando.
Há muitos investimentos em inteligência artificial e dados. Como isso pode ajudar a melhorar os serviços em saúde? As execuções de algoritmos podem ajudar a alertar as pessoas sobre coisas diferentes ao longo do dia, desde o recurso de detecção de queda até ser um recurso regular de arritmia. São coisas que nem imaginávamos que estariam disponíveis no relógio de seu pulso há apenas alguns anos. Vemos o quão longe o relógio já foi e sentimos o mesmo em relação ao Fitness+. Achamos que haverá muitas oportunidades. Já temos recomendações personalizadas com base no que você faz, mas também sentimos que no espaço da saúde estamos apenas começando. O serviço Fitness + foi lançado há apenas 9 meses, e você já tem 11 tipos de exercícios diferentes, cinco programas de exercícios, meditação guiada, áudio, vídeo, o recurso de tempo para caminhadas.
E, com a volta gradual das pessoas ao trabalho presencial, o consumidor ainda vai buscar fazer exercícios em casa? Projetamos o Apple Fitness + antes da pandemia. Pensamos que seria ótimo se o serviço permitisse que as pessoas se exercitassem em qualquer lugar, a qualquer hora e da maneira que quisessem. É por isso há treinos que duram cinco ou dez minutos, 30 minutos ou 45 minutos. Mas também há opções como bicicletas, esteira indoor e remo. A maioria das pessoas não tinha esses equipamentos em casa antes da pandemia, então obviamente acreditávamos que Fitness + seria uma grande coisa para usar na academia também.
E veio a pandemia. O que isso mostrou para a empresa? A pandemia nos mostrou é que as pessoas querem flexibilidade máxima quando se trata de condicionamento físico, saúde e bem-estar. Então se você está no escritório e quer fazer uma meditação rápida e não quer estar na frente da tela, você pode ouvi-lo no relógio e com seus fones. Se quiser fazer um alongamento rápido no escritório, você pode fazer um treino de ioga em pé, mas se você decidir que quer ir para a academia, você pode fazer um treino de ciclismo de 45 minutos seguido por um breve treino de ioga. E, claro, para pessoas que simplesmente não querem ir à academia e querem ficar em casa, há essa flexibilidade também. O que aprendemos é que o condicionamento físico agora não é definido apenas como academia. Pode ser tudo, desde uma boa caminhada a um alongamento de cinco minutos ou um treino HIIT (alta intensidade) de 30 minutos. Acreditamos que essa tendência vai continuar. Mais e mais pessoas vão querer ter opções para fazer onde for possível. E nesse cenário quais os novos serviços que a Apple está desenvolvendo? Lançamos meditação guiada, acabamos de adicionar pilates. Continuamos a lançar novos programas, como exercícios para iniciantes, para grávidas, para adultos mais velhos e exercícios para se preparar para a temporada de neve. Vamos continuar a desenvolver opções para o que as pessoas querem. O céu é o limite. Há muito mais que podemos fazer e já fizemos muito em apenas nove meses.
O 5G está se avançando no mundo inteiro. Como a quinta geração pode criar novos serviços? O 5G está cada vez mais popular no mundo. Apesar de ser possível baixar e fazer os exercícios offline, as pessoas têm a oportunidade de estar mais conectadas em velocidades mais rápidas. Um exemplo é o “SharePlay” (compartilhamento de vídeo entre os usuários da Apple), um recurso novo no qual você poder treinar com alguém ao redor do mundo em tempo real com o mesmo conteúdo. Quem teria sonhado com isso há cinco ou seis anos atrás. O 5G só faz esse tipo de experiência ser mais fácil e estar mais disponível para as pessoas fazerem. Continuaremos investindo em recursos que tirarão proveito dessa tecnologia.