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Quase 60 corpos foram encontrados em seita cristã no Quênia e mais 112 estão desaparecidos; líder os induziu a jejum sem fim para “conhecer Jesus”
A polícia queniana recuperou 58 corpos de seguidores de uma seita cristã em uma floresta no leste do Quênia, nesta segunda-feira (24). Eles acreditavam que iriam para o céu se passassem fome. O número de mortos, que aumentou repetidamente à medida que as exumações foram realizadas, pode aumentar ainda mais. A Cruz Vermelha do Quênia disse que 112 pessoas foram dadas como desaparecidas.
Seguidores da autoproclamada Igreja Internacional das Boas Novas viviam em vários assentamentos isolados em uma área de 800 acres dentro da floresta Shakahola. O líder do culto, Paul Mackenzie, foi preso em 14 de abril após uma denúncia que indicavam a existência de covas rasas contendo os corpos de pelo menos 31 de seus seguidores.
O crime
Na semana passada, as autoridades encontraram os corpos de quatro adeptos da igreja. Os investigadores chegaram à região após uma denúncia que apontava a existência de uma possível vala comum, onde foram encontrados a maioria dos corpos. Muitos adeptos da seita ainda estão escondidos em uma área de mata para fazer o jejum.
Em um relatório, a polícia indicou que recebeu informações sobre várias pessoas “mortas de fome com o pretexto de conhecer Jesus depois que um suspeito, Makenzie Nthenge, pastor da Igreja Internacional da Boa Nova, fez nelas uma lavagem cerebral”.
Uma mulher que se recusava a ingerir alimentos e com sinais de fraqueza foi encontrada no domingo (23). Ela foi então levada por autoridades a um hospital. Outros 11 fiéis, sete homens e quatro mulheres de entre 17 e 49 anos, foram hospitalizados na semana passada após também serem encontrados na floresta, conhecida como Shakahola.
Mackenzie foi indiciado em 15 de abril no Tribunal de Justiça de Malindi, onde o juiz deu à polícia 14 dias para conduzir as investigações enquanto ele estava detido. No entanto, ele pagou uma fiança de 100.000 xelins quenianos (cerca de R$ 3,7 mil) e foi liberado.
Governo
O presidente William Ruto disse que os ensinamentos de Mackenzie eram contrários a qualquer religião autêntica e que instruiu as agências relevantes a chegar à causa raiz do que aconteceu e a enfrentar “pessoas que querem usar a religião para promover uma ideologia estranha e inaceitável na República do Quênia que está causando perdas desnecessárias de vidas”, afirma.
O Sr. Mackenzie finge e se apresenta como um pastor quando, na verdade, ele é um criminoso terrível”,
disse Ruto durante um discurso em um evento público não relacionado nos arredores de Nairóbi.
Japhet Koome, inspetor-geral da polícia do Quênia, visitou o local e disse que o número de mortos inclui 50 pessoas encontradas em valas comuns, bem como oito que foram encontradas vivas e emaciadas, mas depois morreram. Além disso, 29 sobreviventes foram resgatados e a polícia ainda está procurando por outros em potencial.
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