Aos 99 anos, o príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, morreu no Palácio de Buckingham, em Londres, nesta sexta-feira (9). Em junho deste ano ele completaria 100 anos.
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Em fevereiro, ele passou mal e foi internado como “medida de precaução”. No entanto, ele foi transferido de hospital e passou por uma cirurgia cardíaca. Ele recebeu alta depois de um mês.
Bisneto da rainha Vitória, nasceu em uma cozinha
O Príncipe Philip da Grécia e da Dinamarca, bisneto da rainha Victoria (como a própria rainha Elizabeth II), nasceu em uma mesa de cozinha na ilha de Corfu, em 10 de junho de 1921.
Pouco mais de um ano depois, em dezembro de 1922, foi retirado da ilha em uma caixa de laranjas com o restante da família em um navio britânico, quando o tio, o rei Constantino I da Grécia, avô da rainha da Espanha, teve que partir para o exílio.
Após uma infância errante e uma longa estadia em um pensionato austero da Escócia, ingressou na Marinha britânica e teve participação ativa na Segunda Guerra Mundial.
Depois do casamento, em 1947, com a então jovem princesa Elizabeth, Philip Mountbatten foi enviado a Malta, mas a meteórica ascensão militar foi interrompida pela subida ao trono da esposa, em 1952, o que o obrigou a renunciar à carreira.
“Estando casado com a rainha me parecia que deveria servi-la da melhor maneira possível”, disse certa vez numa entrevista à ITV.
Casamento sólido
“É a atração dos opostos: ela é séria, tímida, introvertida; ele, ao contrário, gosta de gente e da vida social, sendo muito divertido. Enfim, se complementam”, assinalou Marc Roche, autor da biografia “A última rainha”.
Com a prematura morte do rei George VI, Elizabeth subiu ao trono aos 25 anos. Philip tornou-se príncipe consorte, à sombra da esposa; foi até obrigado a mudar o sobrenome, Mountbatten, porque, segundo Winston Churchill, soava muito alemão, numa época de guerra.
“O príncipe Philip é o único homem em todo o mundo que trata a rainha como um simples ser humano”, contou certa vez o ex-secretário privado de Elizabeth II, Lord Charteris. “É o único que se pode permitir. E isso agrada a ela”, acrescentou.
A solidez da “associação” que formaram contribuiu, em boa medida, para a estabilidade da monarquia britânica nas últimas seis décadas.
“A rainha e o príncipe formaram uma parceria de trabalho extraordinária, mas seriam felizes?”, escreveu Gyles Brandreth no best-seller “Philip e Elizabeth, retrato de um matrimônio”.