Estudo publicado na revista científica The Lancet indica que a amicretina, substância em fase de desenvolvimento pela farmacêutica Novo Nordisk, pode superar a eficácia da semaglutida, princípio ativo do medicamento Ozempic, no tratamento contra a obesidade.
A amicretina é a primeira molécula a combinar em uma única fórmula os efeitos dos hormônios GLP-1 e amilina, ambos envolvidos na regulação da saciedade e controle glicêmico. O estudo preliminar mostrou que a aplicação subcutânea semanal com dose escalonada até 60 mg levou a uma redução de 24,3% do peso corporal em 36 semanas.
Em comparação, medicamentos já conhecidos como a semaglutida reduzem cerca de 17% do peso em 68 semanas, enquanto a retratutida apresenta redução média de 24% em 52 semanas, e a tirzepatida 20% em 36 semanas. Apesar dos números expressivos, os pesquisadores ressaltam que os estudos não são diretamente comparáveis, pois variam em duração e objetivos.
Além da versão injetável, a farmacêutica também testou a fórmula oral da amicretina, com resultados promissores: perda de 10,4% do peso após 12 semanas com administração diária de 50 mg.
Segundo a endocrinologista Maria Fernanda Barca, membro da Abeso, o diferencial da amicretina está na combinação dos mecanismos de ação de dois hormônios que promovem saciedade e retardam o esvaziamento gástrico. Ela ainda observa que os análogos sintéticos de GLP-1 têm maior durabilidade no corpo humano, ao contrário da versão natural, rapidamente degradada pela enzima DPP4.
A Novo Nordisk informou que o perfil de segurança da amicretina é semelhante ao de outros medicamentos da mesma classe, com efeitos colaterais mais comuns como náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. Ainda assim, os sintomas variam conforme o paciente e o formato de uso (oral ou subcutâneo).
“Estamos entusiasmados em avançar com o desenvolvimento clínico da amicretina subcutânea e oral para a fase 3”, afirmou Martin Holst Lange, vice-presidente da farmacêutica.
Com os resultados promissores, a expectativa é que a molécula se consolide como uma nova alternativa no arsenal terapêutico contra a obesidade, condição que afeta milhões de pessoas no mundo e que vem sendo tratada com medicamentos cada vez mais eficazes e sofisticados.
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