Em meados de 1996, em um pequeno bairro da região sul de Palmas, Jardim Aureny 3, também conhecido na época como Jardim Liberdade, a jovem professora Rosemir Fernandes de Souza ministrava suas aulas nas turmas de ensino fundamental, sem saber que atualmente o número de escolas na capital iria multiplicar-se tanto e que uma dessas escolas, inclusive naquele mesmo bairro, teria o seu nome como homenagem.
Hoje em Palmas, contamos com pouco mais de duzentas escolas (incluindo creches). No entanto, é notável que muitos conceitos da educação tradicional, como um “monstro” que ainda perdura, são empregados por educadores que se agarram às práticas aprendidas durante suas graduações. Isso não seria um problema em si, se não fosse pelo fato de que as tecnologias e as redes sociais proliferaram de maneira ainda mais significativa e avassaladora (quase obscena).
Enquanto a professora Rosemir tentava ensinar com a cartilha de alfabetização, tendo como desafio maior, a concentração limitada de alguns alunos (incluindo este, que vos escreve), hoje os professores precisam disputar as atenções de quase todos os seus alunos, com diversos recursos e entretenimento que seus aparelhos e smartphones sofisticados os proporcionam (incluindo este professor, que vos escreve). Nesse sentido, o acúmulo de informações recebidas e vistas através das telas, acaba se tornando, ao mesmo tempo, uma grande ferramenta para produção de conhecimento na vida escolar dos alunos, mas também seu maior vilão, quando se trata de prestar atenção e ter foco nas aulas.
Os pais e mães muitas vezes recorrem aos aparelhos para ganhar mais tempo para suas atividades em casa ou no trabalho, enquanto os professores não têm o luxo de perder a atenção de seus alunos, nem que seja por alguns minutos, já que a maioria deles prefere as telas. Não é possível, em um estalar de dedos, transformar todos os professores em especialistas em tecnologias educacionais, e o currículo da formação regular (graduação) não evoluiu muito ao longo dos anos para preparar os futuros professores para um mundo cada vez mais hi-tec (acho que nem se usa mais esse termo, inclusive).
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A educação tem buscado avançar, no sentido de aliar o uso das tecnologias, como uma ferramenta de ensino, mas ao mesmo tempo, não perder para os aparelhos a atenção de seu público alvo: as crianças.