As semanas de avaliações se aproximam nas escolas palmenses e não é difícil perceber, quando os alunos estão mais apreensivos, os pais cobram com mais frequência ver seus filhos com o livro e caderno nas mãos e os professores procurando finalizar as revisões, antes do dia D. É incrível o quanto pouca coisa mudou desde as últimas décadas nas salas de aula, porque esse mesmo cenário descrito acima, não acontecia muito diferente nas décadas de 80 e 90.
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Mas, porque as avaliações ainda apavoram e deixam tanta tensão no ar, mesmo nos dias de hoje? A resposta é simples, mas a explicação é complexa. As avaliações afetam as pessoas dessa forma, porque desde a implantação da educação tradicional, a visão desse instrumento de aprendizagem foi deturpada, assim como hoje.
Avaliação, como se sabe, deveria ser apenas isto: um instrumento de verificação do que foi aprendido e apreendido pelos estudantes, assim como identificar pontos e assuntos que merecem uma revisão, a fim de que as competências mínimas para aquele período sejam desenvolvidas pelos alunos. Tudo acabou sendo resumido em: conseguir nota o suficiente para passar de ano (ou não reprovar), algo muito simplório, mas que evidencia o quanto a mentalidade dos indivíduos vai sendo moldada para a sobrevivência, não para o desenvolvimento.
Significa que, se você disser a um responsável por aluno: “Senhor, seu filho não desenvolveu as competências mínimas para avançar, mas, decidimos atribuir nota mesmo assim para ele ser aprovado”, aquele responsável dirá: “Obrigado”, como se aquela escola lhe tivesse fazendo um favor, quando não poderia estar mais errado, em sua interpretação.
Enquanto Luckesi, o grande pesquisador brasileiro propõe que a avaliação deveria ser um meio pelo qual os alunos receberia uma nova oportunidade de aprender e o professor, descobrir um novo meio para conseguir ensinar, boa parte das famílias e escolas, ainda presas ao fator quantitativo, veem as avaliações ou como forma de pressionar aos alunos que estudem mais, lhes fazendo ameaça da temível reprovação ou como forma de vingança aquele aluno que tanto desdenhou durante as aulas, brincando e fazendo gracinhas, que agora não sabe nem por onde começar a responder a prova.
É preciso ressignificar a todos (família, alunos e escola) do que se tratam as avaliações, para que esse instrumento, enfim, consiga de fato funcionar de forma correta, permitindo que os alunos e professores consigam delimitar o que foi apreendido e recuperar aquilo que precisa ser revisto. Desta forma, teremos menos tensões envolvidas nas semanas de avaliações em nossas escolas palmenses. Boas avaliações!