Mesmo com baixos índices, Estado mantém vigilância ativa para evitar reintrodução de casos autóctones
O Dia Mundial da Luta contra a Malária, celebrado em 25 de abril, reacende o alerta para o controle e prevenção da doença em todo o país. No Tocantins, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) aproveita a data para reforçar a importância da vigilância ativa, especialmente diante de fluxos migratórios que aumentam o risco de reintrodução da malária em áreas com poucos registros recentes.
Embora o Tocantins apresente o menor número de casos entre os estados da Amazônia Legal, o monitoramento da doença segue como prioridade. Em 2023, o estado notificou 31 casos, sendo 25 importados e seis autóctones — estes últimos representam a transmissão local e exigem atenção redobrada. A reintrodução desses casos foi atribuída à crise sanitária na Terra Indígena Yanomami, que provocou aumento no deslocamento de pessoas entre áreas endêmicas e o estado.
Já em 2024, foram registrados 23 casos, todos importados. Em 2025, até o momento, apenas um caso foi notificado, de origem externa.
Quais as principais medidas de prevenção e vigilância?
A SES-TO orienta os municípios a manterem estruturas mínimas de combate à malária. Isso inclui a disponibilidade de estoques de medicamentos antimaláricos, testes rápidos para diagnóstico, sistemas de notificação em até 24 horas e ações de controle do mosquito transmissor.
Além disso, há incentivo à educação em saúde para populações mais vulneráveis, especialmente aquelas que vivem próximas a áreas de mata e beira de rios, onde o mosquito vetor é mais comum.
“Para prevenir a infecção, é fundamental evitar a exposição nos horários de maior atividade do mosquito, ao amanhecer e ao anoitecer. Também é importante utilizar roupas de manga longa, aplicar repelentes, instalar telas em janelas e dormir com mosquiteiros”, explicou Denize Khirlley, enfermeira da Área Técnica da Malária da SES-TO.
Quais são os sintomas e como funciona o tratamento?
A malária é causada por parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles infectado. Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça, calafrios e sudorese, que podem aparecer entre 10 e 15 dias após a exposição.
O diagnóstico é feito com testes rápidos ou pelo exame de gota espessa, com resultados em até 24 horas. O tratamento varia conforme o tipo de parasita e o peso do paciente, e deve ser seguido até o fim, mesmo com a melhora dos sintomas, para evitar recaídas e complicações.
A importância da data
Instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial da Malária visa mobilizar governos, profissionais de saúde e a população na luta pela erradicação da doença. Nos últimos 50 anos, estima-se que as vacinas e os tratamentos eficazes tenham salvado mais de 150 milhões de vidas no mundo.
No Brasil, a malária é considerada uma doença de notificação compulsória e o controle das áreas endêmicas é feito em regime de cooperação entre os estados e o governo federal. O Tocantins, com sua posição geográfica estratégica e fronteiras com áreas de alta incidência, mantém o foco em ações preventivas para evitar o avanço da doença.