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O Facebook anunciou uma reformulação completa da marca nesta quinta-feira (28). Agora, a empresa se chama Meta e vai focar esforços na construção do metaverso, uma realidade virtual digna dos filmes de ficção científica.
Durante sua apresentação na conferência Connect 2021, o CEO Mark Zuckerberg fez uma demonstração de como vai funcionar o metaverso. A ideia é criar um mundo digital no qual pessoas possam interagir através de hologramas e avatares, permitindo reuniões, festas, lojas, jogos, filmes e mais, tudo através de realidade aumentada. A partir do dos 16min30, é possível assistir à demonstração:
Depois de dar detalhes sobre o metaverso, Zuckerberg anunciou a mudança de nome da empresa. “Nós acabamos de anunciar que estamos fazendo uma mudança fundamental na nossa empresa. Agora, estamos olhando para dois segmentos diferentes: nossa família de aplicativos e nossas futuras plataformas. Como parte disso, chegou a hora de adotarmos uma nova marca da empresa para englobar tudo o que fazemos”, disse ele. A seguir, entenda os três principais pontos do discurso do CEO da Meta.
1. Facebook e suas polêmicas
Em seu discurso, Zuckerberg deixou bem claro que a empresa não quer ter seu nome atrelado ao da rede social Facebook. Segundo ele, o motivo é que essa marca “não é capaz de representar tudo o que estamos fazendo hoje, muito menos no futuro”.
Na prática, o Facebook – agora Meta – passa por uma das maiores polêmicas de sua história. Uma série de documentos vazados, que ficaram conhecidos com Facebook Papers , geraram diversas acusações à empresa. Facebook e Instagram são acusados de propagarem discurso de ódio e desinformação sob conhecimento da liderança da empresa, além de prejudicarem adolescentes e priorizarem o lucro em detrimento do bem-estar dos usuários.
“De agora em diante, seremos o metaverso em primeiro lugar, e não o Facebook em primeiro lugar. Isso significa que, com o tempo, você não precisará usar o Facebook para usar os nossos outros serviços. Conforme nossa nova marca começa a aparecer em nossos produtos, espero que as pessoas conheçam a marca Meta e o futuro que apoiamos”, disse Zuckerberg.
2. O metaverso
O metaverso é um plano audacioso do Facebook, e Zuckerberg acredita que ele seja “o próximo capítulo da internet”. Pelo discurso do CEO e pelos massivos investimentos na tecnologia, é possível notar que a Meta quer sair à frente na novidade, tomando a liderança da invenção que promete revolucionar o futuro.
“Estamos dedicando a nossa energia ao metaverso mais do que qualquer outra empresa no mundo”, disse Zuckerberg nesta quinta-feira. Com o nome Meta, a empresa se aproxima dessa nova fase e espera ser reconhecida pelo incentivo à criação do universo digital. “Com o tempo, eu espero que sejamos vistos como uma empresa do metaverso, e eu quero ancorar o nosso trabalho e nossa identidade no que estamos construindo”, declarou.
3. Dividindo responsabilidade
Um dos aspectos que ficou bastante marcado no discurso de Zuckerberg foi o fato de que a Meta não pretende construir o metaverso sozinha. Depois de tantas polêmicas envolvendo o Facebook, o CEO pareceu cauteloso em permitir que a companhia embarque nesse desafio sem parceiros. “É um futuro que está além de qualquer companhia, que será construído por todos nós”, disse ele.
Na prática, porém, a Meta está realmente investindo alto em contratações e tecnologia para criar a novidade. A ideia de que tudo será feito em conjunto, portanto, parece ficar apenas no discurso. Caso algo dê errado, é possível imaginar Zuckerberg “tirando o corpo fora” daqui a alguns anos.
“Aqui estamos nós, em 2021, e nossos dispositivos ainda são desenvolvidos em torno de aplicativos, não pessoas. As experiências que estamos autorizados a construir e usar são mais firmemente controladas do que nunca, e as altas taxas em novas ideias criativas estão inflamadas. Este não é o jeito que devemos usar a tecnologia”, disse Zuckerberg.
“O metaverso nos dá a oportunidade de mudar isso, se o construirmos bem. Mas será preciso todos nós: criadores, desenvolvedores, empresas de todos os tamanhos. Juntos, podemos finalmente colocar as pessoas no centro da nossa tecnologia e entregar uma experiência na qual estamos presentes uns com os outros. Juntos, podemos construir uma plataforma mais aberta, com mais jeitos de descobrir experiências e mais interoperabilidade entre elas. E, juntos, conseguimos desbloquear uma economia massivamente maior e mais criativa”, continuou.
Na apresentação sobre o metaverso, Zuckerberg citou a preocupação com a privacidade e a segurança dos usuários. Em seu discurso final, o CEO citou que a nova tecnologia pode, sim, trazer riscos.
“Eu sei que a história da internet não é direta, todo capítulo significa novas vozes, novas ideias e, sim, terão desafios, riscos e disrupção de interesses estabelecidos. Mas também haverá oportunidades e benefícios que nem conseguimos imaginar ainda para conexão, criação, aprendizado, lazer. Nós todos precisamos trabalhar juntos desde o começa para trazer à vida a melhor versão possível desse futuro. Um futuro no qual, apenas com um par de óculos, você será capaz de dar um passo além do mundo físico e para dentro dos tipos de experiências que falamos hoje”, afirmou, mais uma vez reiterando a união entre diversos atores da sociedade.
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Confira o discurso completo de Mark Zuckerberg:
“Eu acredito que o metaverso é o próximo capítulo da internet. E é o novo capítulo para a nossa empresa também. Então, eu tenho pensado bastante sobre o que isso significa para a nossa companhia e quem nós somos enquanto embarcamos nessa jornada. Nós somos uma companhia que foca em conectar pessoas. Enquanto a maior parte das outras empresas de tecnologia focam em como as pessoas interagem com a tecnologia, nós focamos em construir tecnologia para que as pessoas possam interagir umas com as outras.
Uma das razões pelas quais eu comecei o Facebook foi porque, na época, você podia usar a internet para encontrar quase tudo: informação, notícias, filmes, músicas, lojas. Exceto a coisa que mais importa: pessoas. Hoje, nós somos vistos como uma empresa de mídia social. Mas, no nosso DNA, nós somos uma empresa que cria tecnologia para conectar pessoas. E o metaverso é a próxima fronteira, assim como as redes sociais eram quando nós começamos.
O Facebook foi criado em um período e lugar específicos: em um campus de faculdade, na web. Era o que conseguíamos construir na época para colocar as pessoas de volta na nossa experiência de tecnologia. Mas conectar as pessoas sempre foi muito maior.
Desde cedo, eu me lembro de sentar na escola e escrever nos meus cadernos ideias que eu gostaria de codificar quando eu chegasse em casa. E mesmo que eu não tivesse as habilidades ou a tecnologia para construir aquilo, era sempre claro que o sonho era me sentir presente com as pessoas que eu me importo. Não é essa a promessa final da tecnologia? Estar junto com qualquer um, ser capaz de estar em qualquer lugar e criar e experimentar qualquer coisa.
Aqui estamos nós, em 2021, e nossos dispositivos ainda são desenvolvidos em torno de aplicativos, não pessoas. As experiências que estamos autorizados a construir e usar são mais firmemente controladas do que nunca, e as altas taxas em novas ideias criativas estão inflamadas. Este não é o jeito que devemos usar a tecnologia. O metaverso nos dá a oportunidade de mudar isso, se o construirmos bem. Mas será preciso todos nós: criadores, desenvolvedores, empresas de todos os tamanhos. Juntos, podemos finalmente colocar as pessoas no centro da nossa tecnologia e entregar uma experiência na qual estamos presentes uns com os outros. Juntos, podemos construir uma plataforma mais aberta, com mais jeitos de descobrir experiências e mais interoperabilidade entre elas. E, juntos, conseguimos desbloquear uma economia massivamente maior e mais criativa.
Eu sei que a história da internet não é direta, todo capítulo significa novas vozes, novas ideias e, sim, terão desafios, riscos e disrupção de interesses estabelecidos. Mas também haverá oportunidades e benefícios que nem conseguimos imaginar ainda. Para conexão, para criação, para aprendizado, lazer. Nós todos precisamos trabalhar juntos desde o começa para trazer à vida a melhor versão possível desse futuro. Um futuro no qual, apenas com um par de óculos, você será capaz de dar um passo além do mundo físico e para dentro dos tipos de experiências que falamos hoje.
Eu tenho pensado bastante na nossa identidade enquanto começamos esse novo capítulo. O Facebook é um dos produtos mais utilizados na história do mundo. É uma marca de rede social icônica. Mas, cada vez mais, ela não engloba tudo o que fazemos: Instagram, WhatsApp, Messenger, Quest, agora Horizon e mais.
Construir os nossos aplicativos de redes sociais sempre será um foco importante para nós. Mas, agora, a nossa marca está tão firmemente ligada a um produto que ela não é capaz de representar tudo o que estamos fazendo hoje, muito menos no futuro. Com o tempo, eu espero que sejamos vistos como uma empresa do metaverso, e eu quero ancorar o nosso trabalho e nossa identidade no que estamos construindo.
Nós acabamos de anunciar que estamos fazendo uma mudança fundamental na nossa empresa. Agora, estamos olhando para dois segmentos diferentes: nossa família de aplicativose nossas futuras plataformas. Como parte disso, chegou a hora de adotarmos uma nova marca da empresa para englobar tudo o que fazemos. Para refletir quem somos e o que esperamos construir, eu estou orgulhoso em anunciar que, começando hoje, nossa empresa é agora a Meta.
Nossa missão continua a mesma, ainda é sobre juntar pessoas. Nossos aplicativos e suas marcas não estão mudando também. E ainda somos a empresa que cria tecnologia em torno das pessoas. Mas agora temos outra estrela do Norte: ajudar a trazer o metaverso à vida. E nós temos um novo nome que reflete tudo o que fazemos e o futuro que queremos ajudar a construir.
De agora em diante, seremos o metaverso em primeiro lugar, e não o Facebook em primeiro lugar. Isso significa que, com o tempo, você não precisará usar o Facebook para usar os nossos outros serviços. Conforme nossa nova marca começa a aparecer em nossos produtos, espero que as pessoas conheçam a marca Meta e o futuro que apoiamos.
Eu adorava estudar os clássicos, e a palavra Meta vem de uma palavra grega que significa “além”. Para mim, isso simboliza que sempre há mais para construir. Sempre há um novo capítulo para a história.
Para nós, essa é uma história que começou em um dormitório e cresceu além de tudo o que poderíamos imaginar. Se tornou uma família de aplicativos que as pessoas usam para encontrar umas as outras, para encontrar uma voz, para começar negócios e comunidades e movimentos que mudaram o mundo. Eu tenho orgulho do que construímos até aqui e estou animado para o que vem a seguir.
Vamos além do que é possível hoje, além das telas, além dos limites da distância e do mundo físico e em direção a um futuro no qual todos podem estar presentes uns com os outros, criar novas oportunidades e experimentar novas coisas. É um futuro que está além de qualquer companhia, que será construído por todos nós. Nós construímos coisas que uniram as pessoas em novos jeitos. Aprendemos muito lutando com questões sociais e vivendo sob plataformas fechadas. E agora é hora de pegar tudo o que aprendemos e ajudar a construir o novo capítulo. Estamos dedicando a nossa energia nisso mais do que qualquer outra empresa no mundo, e se esse é o futuro que você quer ver, então eu espero que você se una a nós. Porque o futuro será além de qualquer coisa que podemos imaginar”.