O bilionário Elon Musk e centenas de especialistas assinaram, nesta quarta-feira, 29, um apelo para uma pausa de seis meses na pesquisa sobre inteligências artificiais (IAs) mais potentes do que o GPT-4, o modelo da OpenAI lançado este mês, alertando para os “profundos riscos para a humanidade.” Com informações da France Presse.
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Na carta publicada no site futureoflife.org, eles pedem uma pausa até que sejam definidos modelos de governança. Isso incluiria a criação de órgãos regulatórios, de meios de supervisão de sistemas e de ferramentas que ajudem a distinguir o que é criado por inteligência artificial.
O grupo também pede a responsabilização por danos causados pela IA e a criação de instituições que possam fazer frente às “dramáticas perturbações econômicas e políticas (especialmente para a democracia) que a IA causará.”
Musk é um dos cofundadores da OpenAI, criadora do robô ChatGPT, que usa inteligência artificial para ‘pensar’ como seres humanos ao criar textos. O empresário presidiu a empresa até 2018 e, hoje, afirma que não tem nenhuma participação ou controle sobre ela.
Além de Musk, a carta também foi assinada por executivos como Evan Sharp, cofundador do Pinterest, e Jaan Tallinn, cofundador do Skype.
A lista inclui ainda o cofundador da Apple, Steve Wozniak; membros do DeepMind, laboratório de IA do Google, que lançou o robô Bard para competir com o ChatGPT; engenheiros da Microsoft, que fez investimento bilionário na OpenAI, além de acadêmicos e especialistas em IA.
“Nos últimos meses, vimos os laboratórios de IA se lançando em uma corrida descontrolada para desenvolver e implantar cérebros digitais cada vez mais potentes que ninguém, nem mesmo seus criadores, podem entender, prever, ou controlar, de forma confiável,” diz a carta.
“Sistemas poderosos de IA devem ser desenvolvidos apenas quando estivermos confiantes de que seus efeitos serão positivos e seus riscos serão gerenciáveis,” completa.
Sam Altman, diretor da OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, reconheceu ter “um pouco de medo” de que sua criação seja usada para “desinformação em larga escala ou para ciberataques”.
“A empresa precisa de tempo para se adaptar”, disse ele recentemente à emissora americana ABCNews.