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O cantor Belchior faria 75 anos se estivesse vivo e sua filha mais nova, Vannick Belchior, 24, fala sobre como cantar as músicas de seu pai foi um processo para reencontrá-lo. Belchior escolheu se afastar socialmente quando ela tinha dez anos de idade. “Era muito pequena quando passei por esta ausência. Agora estou passando por essa presença. Seja no carinho dos fãs, das portas se abrindo por conta de eu ser filha desse grande artista da música popular brasileira. É interessante e satisfatório não só enquanto artista, mas também no âmbito dos processos internos de filha”, diz a cantora ao Diário do Nordeste.
A cantora acredita que se ele estivesse vivo, encontraria o apoio paterno no caminho que escolheu e que Belchior ajudaria a orientar sua carreira. Vannick fala que precisou superar questões particulares para chegar até este momento e que cantar as músicas de seu pai é entender melhor quem ele foi como pai, cidadão, pessoa, ser humano e artista. “As pessoas têm saudade do meu pai. Elas buscam ouvir Belchior. Escolhi um repertório que se ele fosse fazer a apresentação, não poderiam faltar.”
A única nordestina dos três filhos fala que o projeto também é uma reparação afetiva, como se fosse ter a presença de Belchior junto a si. Em agosto, quando estreou nos palcos, Vannick foi presenteada com sete músicas inéditas do cantor, localizadas pelo jornalista e pesquisador musical Renato Vieira, enviadas à Divisão de Censura de Diversões Políticas (órgão criado pela ditadura militar para inspecionar produções artísticas) entre 1971 e 1979.
Vannick encarou o achado como um presente e um sinal de que está na direção certa. Ela diz que vai gravar as músicas no momento certo, mas com uma roupagem moderna. “Quero enquanto filha disseminar essa obra não apenas para o público que ele já conquistou. Quero por mim, conquistar outro público.”