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Atitude inédita desde o início do governo Bolsonaro, o Brasil optou por ceder em temas ambientais. Isso porque uma parte do Itamaraty demonstrou à base bolsonarista que a continuidade em uma postura intransigente caracterizaria perda de contratos, exportações e, por fim, a perda do apoio do setor agrícola. As informações são do jornalista Jamil Chade.
Para mediar as negociações e alterar o rumo dos interesses brasileiros, o órgão precisou deixar o Ministério do Meio Ambiente – incluindo o ministro Joaquim Leite – em posição discreta e secundária.
Os últimos dias foram de anúncios por parte do governo brasileiro na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Glasglow. O Brasil aderiu a um esforço mundial e cortará emissões de CO2 e metano na atmosfera, bem como se comprometeu a reduzir o desmatamento.
O Itamaraty foi claro à ala bolsonarista: sem uma nova postura, o país sofreria sanções comerciais e a atitude poderia colapsar as exportações brasileiras. A não ratificação de acordos de livre comércio e o boicote por parte de redes de supermercados aos produtos brasileiros era uma possibilidade real. Ainda há a discussão a respeito das tarifas a produtos que estejam relacionados ao desmatamento.
A promessa da pasta de Relações Exteriores, portanto, é de que uma nova postura do Brasil seria vista como conciliadora e reabriria portas para antigos parceiros comerciais. Segundo alemães, nas condições atuais, seria “politicamente impossível” fechar acordos com o governo brasileiro.