A Prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), publicou no mesmo dia em suas redes sociais nesta quarta-feira (22), uma resposta à votação feita para derrubar o veto imposto por ela sobre a proibição da linguagem neutra nas escolas, realizada pelos vereadores da Capital no mesmo dia. A Prefeita classificou os argumentos utilizados como fake news e afirmou que “o pai da mentira é o diabo” para influenciadores religiosos presentes durante a sessão.
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Com a última votação realizada na Câmara Municipal de Palmas indo contra uma decisão da Prefeita a respeito da proibição da linguagem, um posicionamento mais severo foi adotado pela gestora em seu Twitter onde afirmou: “Não está em discussão a linguagem neutra em nenhuma escola pública ou privada de Palmas, simplesmente pq ela NÃO EXISTE. Não há incertezas sobre este tema. Já chega de FakeNews sobre isso, causando pânico nas famílias e desconstruindo a minha imagem. Respeitem Palmas !!!”
A Câmara Municipal recebeu líderes evangélicos, fiéis e ativistas conservadores durante a sessão. Esse público se posicionou durante toda a votação de forma enérgica, com gritos e gravações feitas pelo celular, afirmando que a proibição seria algo de extrema urgência para Palmas. Pelo fato de várias notícias falsas terem circulado na Capital sobre o tema nestes últimos dias, a prefeita destacou:
“O pai da mentira é o diabo ! Não precisa ser cristão p/ saber disso. Só me pergunto pq certos líderes religiosos “faltam com a verdade” e espalham o caos por toda a cidade ? Fazem isso descaradamente, com propósito político e pessoal.”
A Prefeita já havia se posicionado anteriormente a respeito de fakenews produzidas com o intuito de obter apoio para a aprovação do Projeto de Lei. Uma nota foi publicada e o assunto acabou tendo seu fim quatro meses após ser votado pela primeira vez na Câmara de Palmas.
Entenda o assunto
Após uma semana envolvendo uma grande polêmica na Câmara de Palmas, os vereadores mantiveram, na manhã desta quarta-feira (22), o veto de Cinthia Ribeiro sobre o Projeto de Lei que buscava proibir o uso de linguagem neutra nas escolas públicas e privadas da Capital.
A votação foi secreta, mas muitos dos parlamentares resolveram mostrar os votos para as pessoas presentes, e principalmente para as câmeras que transmitiam a sessão.
Oito vereadores votaram, SIM, e 11 parlamentares votaram NÃO.
Isso não significa que a linguagem neutra será adotada no município de Palmas, pois não há nenhum projeto de lei que prevê sua implantação ou regulamentação.
Veja a matéria do Jornal Sou de Palmas com entrevistas exclusivas após a sessão:
Linguagem neutra
A linguagem neutra, também pode ser conhecida como linguagem inclusiva. Ela tem o objetivo de evitar a exclusão de pessoas com base em sua identidade de gênero, sexualidade, ou outros aspectos de identidade.
Ela se baseia na utilização de palavras e termos mais inclusivos, principalmente na escrita, visando que todas as pessoas sejam tratadas de forma respeitosa e igualitária. Por exemplo, ao invés de usar pronomes de gênero binário, como “ele/ela”, na linguagem neutra, substituímos por “elu”, assim como “dele/dela” por “delu” não se referir a um gênero específico.
Da mesma forma, evitamos palavras com conotações de gênero, como “homem” ou “mulher”, e empregamos termos mais inclusivos, como “pessoa” ou “indivíduo”.