A polícia de Paris encontrou a brasileira que estava desaparecida havia mais de 15 dias na capital francesa. Segundo informações de parentes e da responsável por uma organização que estava ajudando nas buscas, Fernanda Santos de Oliveira retornou para o seu apartamento na manhã desta segunda-feira (22). As informações sobre o estado de saúde dela e o que aconteceu durante seu desaparecimento não foram repassadas.
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Segundo a irmã da brasileira, Maria Aparecida de Oliveira, que mora em Botucatu, no interior de SP, a polícia foi acionada por vizinhos que viram Fernanda chegar em casa. Ela foi levada pelos policiais para um hospital para realização de exames para saber se ela sofreu algum tipo de violência.
O desaparecimento de Fernanda havia sido registrado no dia 6 de maio, quando ela saiu do apartamento em que morava sem documentos e celular, levando apenas uma bolsa de mão, um patinete elétrico e o passaporte.
Mulheres de uma ONG que ajudavam na busca por Fernanda disseram que ela poderia estar sofrendo assédio sexual em um dos trabalhos e isso pode ter motivado o desparecimento.
Na última quarta-feira (17), um comunicado da polícia parisiense revelou que Fernanda teria sido vista nos dias 8 e 9 de maio em Melun, no departamento Sena e Marne. “Ela estava sob posse de um passaporte e um passe de transporte”, disse a polícia, que ainda inclui três fotos da mulher no apelo. (Veja abaixo).
Mobilização em Paris
O desaparecimento de Fernanda mobilizou um grupo voluntário de mulheres com buscas por toda a capital francesa.
Para localizá-la, um grupo de apoio a mulheres imigrantes, a Associação Mulheres na Resistência de Paris, presidido por uma brasileira, realizou buscas pela cidade parisiense.
Nos dias 13 e 18 de maio, elas fizeram mutirões para procurar a brasileira com a distribuição de cartazes com fotos de Fernanda nos principais pontos da capital, como estações e parques. Elas também fizeram buscas em hospitais.
Conforme a responsável pela ONG, Nellma Barreto, a associação foi alertada no dia 11 de maio, seis dias depois do desaparecimento de Fernanda, após ter sido avisada pela família da brasileira, e realizou um boletim de ocorrência na sexta-feira (12).
Segundo ela, o desaparecimento já havia sido sinalizado à polícia pela patroa de Fernanda, no restaurante, no dia anterior.
Situação irregular
Na capital francesa, Fernanda conseguiu um emprego em restaurante de culinária portuguesa e mantinha ainda dois bicos como faxineira. Contudo, ela vive ilegalmente no país e estava em busca de regularizar a situação.
Nellma Barreto suspeita que Fernanda poderia estar sofrendo assédio sexual em um dos trabalhos e isso pode ter motivado o desparecimento, porém as motivações ainda serão investigadas.
Também houve o registro de um surto que Fernanda teria sofrido dias antes. Os bombeiros foram acionados, mas ela disse estar bem.
Sonho de morar no exterior
Segundo a irmã, Fernanda sempre falou em trabalhar na sua área de formação fora do país, já que em Botucatu, onde morava antes de ir para a Europa, teve poucas oportunidades. Ela é formada como técnica de enfermagem e tinha curso de radiologia.
“A Fernanda trabalhou por mais de dez anos em uma indústria de Botucatu e, quando saiu, passou a fazer bicos como cuidadora, de motorista para idosos que precisavam ser levados a consultas médicas. E sempre foi muito estudiosa, sonhadora e esforçada”, detalha a irmã Maria Aparecida.
Desde sua chegada a França, em abril de 2022, Fernanda já conseguiu conhecer Amsterdã, na Holanda, e Ibiza, na Espanha. “Ela sempre me disse querer viajar, conhecer o mundo”, afirma a irmã.
Antes de ir para a França, onde uma prima já vivia, Fernanda tentou o visto para os Estados Unidos, mas não teve sucesso. “Antes de ir para a Europa, ela nunca havia saído do Brasil”, revela Maria.
A irmã conta também que Fernanda sempre foi muito apegada aos familiares e tem um filho de 23 anos, que lhe deu um casal de netos, uma menina com três anos e um menino de 11 meses.“O menor ela só conheceu por fotos e vídeos, todo domingo ela falava com eles por vídeo.
Maria Aparecida conta que Fernanda mora há pouco mais de um ano em Boulogne-Billancourt, região do subúrbio de Paris.
Fonte G1