O Ministério da Saúde encaminhou à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) a solicitação para que a vacina contra o herpes-zóster seja avaliada e, possivelmente, incorporada à rede pública de saúde. Em nota divulgada nesta sexta-feira (25), a pasta informou que aguarda o parecer técnico da comissão para decidir sobre a inclusão da dose no Sistema Único de Saúde (SUS).
A incorporação de novas vacinas ao SUS depende de uma série de etapas, como análise técnico-científica, avaliação de viabilidade financeira e pactuação entre União, estados e municípios. Segundo o ministério, todo esse processo está em curso, e a vacina contra o herpes-zóster é tratada como uma prioridade.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou o potencial da imunização. “É uma vacina de boa qualidade, mas é muito difícil as pessoas terem acesso. Muita gente não sabe da existência dela. Pode ter certeza: é uma prioridade nossa, enquanto ministro da Saúde, que essa vacina possa estar no SUS e que a gente possa fazer grandes campanhas de vacinação para as pessoas que têm indicação para receber essa vacina”, afirmou.
O que é o herpes-zóster?
Conhecida popularmente como cobreiro, a doença é causada pela reativação do vírus varicela-zoster (VVZ) — o mesmo responsável pela catapora. Após a infecção primária, o vírus pode permanecer latente por anos no organismo e se manifestar novamente, principalmente em pessoas com a imunidade comprometida ou com idade mais avançada.
A reativação provoca sintomas como dores nos nervos, formigamentos, coceiras, febre, mal-estar e, em seguida, lesões dolorosas na pele.
Complicações da doença
O herpes-zóster pode provocar complicações graves, como:
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Nevralgia pós-herpética, uma dor intensa que persiste após a cicatrização das lesões;
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Infecções bacterianas secundárias na pele, que podem evoluir para quadros sistêmicos;
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Síndrome de Reye, principalmente em crianças;
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Infecção fetal durante a gestação, com risco de malformações;
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Comprometimento neurológico, como encefalite e meningite;
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Ataxia cerebelar aguda e trombocitopenia.
Além disso, há casos documentados de varicela disseminada em pessoas imunossuprimidas e risco de reinfeção, mesmo em pacientes previamente imunizados ou que tiveram catapora.
Caminho até a incorporação
Com a análise em andamento na Conitec, o próximo passo é a elaboração de um parecer técnico que será submetido à consulta pública antes da decisão final. Caso seja aprovada, a vacina será incluída no calendário de vacinação do SUS, com campanhas voltadas especialmente para públicos vulneráveis, como idosos e pacientes com doenças crônicas ou imunossupressoras.