Brasil – Você prefere enviar mensagens de texto ou é do tipo que gosta de mandar longos áudios para os amigos? No Brasil, parece que o segundo grupo está em ascensão: os brasileiros enviam quatro vezes mais áudios no WhatsApp do que qualquer outro país do mundo. Quem revelou essa informação foi Mark Zuckerberg, proprietário da plataforma, que inclusive referiu-se ao app como ZapZap, o apelido popular entre os brasileiros.
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O WhatsApp deixou de ser uma ferramenta apenas para conversas casuais com amigos e familiares e passou a ser utilizado em diversas áreas da vida, inclusive no trabalho. Com isso, surgiram “regras” ou “boas práticas” para uma comunicação eficiente através do aplicativo (veja dicas abaixo).
“Estamos vivenciando a ‘plataformização’ das conversas cotidianas. As redes sociais oferecem funcionalidades que incorporamos, moldando nossas práticas e nossa comunicação”, explica Issaaf Karhawi, pesquisadora do núcleo de comunicação e mídias digitais da USP.
Segundo Karhawi, à medida que uma sociedade adota uma nova ferramenta de comunicação, novos contratos e arranjos sociais emergem.
“Como resultado, começamos a desenvolver uma ‘conduta ética’ entre as plataformas. Estabelecemos expectativas sobre cada uma delas e como nos comportamos em cada ambiente”, diz. Essa diferença entre as redes sociais faz com que as pessoas adotem comportamentos distintos no LinkedIn, Instagram e WhatsApp, por exemplo.
“Considerando o impacto do WhatsApp no ambiente de trabalho, hoje discutimos questões como ‘é aceitável receber mensagens do chefe no fim de semana?’, ‘ele é um espaço de trabalho ou pessoal?’, ‘é apropriado enviar áudios sem uma apresentação prévia?'”, pondera Karhawi.
A influência cultural no uso de áudios
Não há estudos científicos que expliquem a adesão massiva dos brasileiros às mensagens de áudio no WhatsApp. No entanto, para Karhawi, o consumo de formatos audiovisuais no Brasil pode ser um fator influente.
“A telenovela desempenha um papel significativo na sociedade brasileira, proporcionando um certo ‘letramento audiovisual’ à população. Já estávamos habituados”, destaca.
Outra hipótese está relacionada à educação básica no Brasil, onde cerca de 9 milhões de brasileiros de 18 a 29 anos não concluíram a escola. “A funcionalidade de envio de áudio pode ser mais acessível e, portanto, mais utilizada”, conclui a pesquisadora.
Dicas para uma comunicação eficaz no trabalho
Ligações, áudios ou mensagens?
“A comunicação por texto é mais delicada, pois o receptor pode interpretar a entonação da mensagem de diversas maneiras. O áudio ajuda nesse aspecto, mas quando o assunto é mais complexo, a ligação é a melhor opção”, explica Mariana Torres, especialista em Recursos Humanos e Carreira.
Em caso de dúvida sobre como se comunicar, pergunte à outra pessoa qual sua preferência. E, ao enviar a primeira mensagem, faça uma breve introdução em texto sobre você e o assunto da conversa.
Confira as dicas para cada formato de comunicação:
Texto
- Evite textos longos e sem pausas. Utilize ‘enter’ entre parágrafos para facilitar a leitura.
- Não abrevie palavras ou use gírias. Mantenha uma comunicação formal e atente-se a erros de digitação.
- Tenha cuidado com palavras ambíguas.
Áudio
- Prefira um ambiente sem ruídos.
- Evite áudios longos (mais de 3 minutos). Se for necessário um podcast, opte por uma ligação.
- Garanta a qualidade do som. Use fones de ouvido com microfone.
Ligação
- Assegure uma boa conexão. Ligações com falhas podem prejudicar a comunicação.
- Seja objetivo no assunto.