Todos temos na ponta da língua as consequências e os prejuízos do excesso de telas que as crianças, muitas vezes são expostas, mas, como já dizia o ditado “pau que bate em chico, bate em Francisco”, ou seja, se faz mal para as crianças, quem disse que não faz para os adultos?
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Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais deu conta de uma grande parcela de pessoas entre 21 e 35 anos que passam quase 4 horas por dia acessando seu smartphone, tablet ou outros aparelhos, isso em períodos de lazer, não me refiro ao trabalho. Os prejuízos dessas horas gastas com vídeos de memes, notícias dos famosos, Tik Tok e postagens nas redes sociais são a causa da desatenção, perda de memória de curto prazo, por causa dos estímulos em grandes quantidades, sem falar nos prejuízos para o próprio rendimento no trabalho (lê-se procrastinação).
A verdade é que já sabemos de todas essas questões, entretanto, saber é bem diferente do que fazer, então conseguimos com tranquilidade instruir nossos filhos e até proibir longos períodos de acesso a telas, mas temos dificuldades em nos autoregular para que também não nos tornemos mais um produto dos transtornos causados pelo abuso de telas.
A dificuldade em nos auto-regular, apesar de reconhecermos os problemas, é um desafio moderno. As telas oferecem um estímulo constante que apela diretamente aos nossos centros de recompensa no cérebro, e por isso, muitas vezes, cedemos ao impulso de checar o celular ou ver vídeos sem nos darmos conta das horas que passamos imersos nisso.
Talvez o primeiro passo para reverter essa situação seja reconhecermos que o equilíbrio é fundamental e que, assim como cuidamos do uso de telas das crianças, devemos implementar regras para nós mesmos. Isso pode incluir horários específicos para verificar redes sociais ou usar o celular em momentos mais produtivos do dia.
Aqui estão duas sugestões práticas para se autorregular em relação ao tempo de tela:
- Estabeleça “zonas livres de tela” e horários de desconexão: Determine momentos do dia ou áreas da sua casa onde o uso de dispositivos digitais seja proibido, como durante as refeições ou antes de dormir. Criar esses “refúgios” de tempo de tela pode ajudar a reduzir a dependência. Definir um horário limite, como 1 hora antes de dormir, para desconectar, pode melhorar a qualidade do sono e prevenir a procrastinação noturna.
- Use aplicativos de controle de tempo: Existem várias ferramentas e aplicativos que monitoram o uso do smartphone e limitam o tempo em redes sociais e aplicativos de entretenimento. Apps como o “Digital Wellbeing” (Android) ou “Screen Time” (iOS) fornecem relatórios diários e permitem a criação de limites para o uso de certos aplicativos. Essas ferramentas ajudam a aumentar a conscientização sobre o tempo gasto e facilitam a autorregulação ao definir metas diárias para diminuir o uso.
Essas práticas simples podem ser muito eficazes para evitar o excesso e estabelecer uma relação mais saudável com as telas.
Wesley Santos
Professor, Escritor e Pesquisador da Educação