O homem que mudou a história de uma das instituições mais antigas do mundo
O Papa Francisco, sepultado neste último sábado após uma semana de homenagens e intensos debates sobre seu legado em 12 anos à frente da Santa Sé, será lembrado por muito tempo. Não apenas por ter sido um papa de primazias o primeiro sul-americano, o primeiro a homenagear São Francisco ao adotar seu nome, inspirado no frade italiano conhecido como o santo dos pobres , mas, sobretudo, pela sua marcante atuação nos debates sociais e ideológicos.
Considerado por muitos o papa mais progressista desde Pedro que, segundo a tradição católica, teria sido o primeiro , Francisco abordou temas como homossexualidade, contracepção, sacerdócio feminino, entre outras pautas delicadas para a moral cristã. Em várias dessas questões, sua postura (e, portanto, a da Igreja sob sua liderança) nem sempre esteve em plena sintonia com a tradição milenar, gerando inúmeras polêmicas.
É evidente que Francisco é uma figura que desperta amor e rejeição em igual medida, mas jamais indiferença. Já foi dito por teólogos que Jorge Mario Bergoglio foi o papa católico que mais se aproximou de parecer “anticatólico”, dado seu posicionamento em certas questões. Ainda assim, é inegável seu empenho nas causas sociais e em iniciativas de pacificação em zonas de conflito envolvendo civis e famílias.
Francisco também trouxe um sopro de esperança para uma Igreja abalada por denúncias de abusos sexuais, corrupção interna e escândalos financeiros. Embora não tenha resolvido todos os problemas, o simples fato de encorajar investigações e punições, ainda que em poucos casos, já foi um avanço significativo para muitos fiéis.
Agora, com a aproximação do Conclave o processo de escolha do novo papa , as expectativas são altíssimas, talvez como não se via há décadas. Especialistas já apontam favoritos e possíveis consequências para a Igreja e para o cenário global. Seguiremos acompanhando, na esperança de que o futuro líder da Igreja Católica esteja à altura dos enormes desafios de um mundo à beira de um novo conflito geopolítico.