Sabe aqueles traumas acumulados em sua mente, a ansiedade, o sentimento de não pertencer e a dificuldade em fazer laços afetivos duradouros? Pois é, muitas pessoas acabam descobrindo depois de adultos que possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas, e agora… Não é muito tarde para fazer alguma coisa a respeito? Não! Nunca é tarde demais para se conhecer um pouco melhor e assim buscar meios para superar seus temores e reaprender como funciona a sua mente.
Apesar do que muitos acreditam, autismo não é uma questão que deve ser levada a sério apenas na infância, do tipo: O momento certo para acompanhar uma pessoa com TEA é na primeira infância, pois os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem e socialização. Na verdade, grande parte das pessoas autistas que enfrentam desafios severos por conta do autismo, são adultos que não foram devidamente acompanhados na infância. É comum vermos crianças autistas e neurotípicas brincando juntas e interagindo, mesmo com as limitações daqueles com TEA, já os adultos por sua vez, costumam sofrer bastante para se encontrarem na sociedade, principalmente sem ter a noção de que possuem o transtorno.
Descobrir que você é autista na vida adulta pode ser um choque, mas também um alívio. A vida inteira, você pode ter sentido que algo não se encaixava, sem saber exatamente o que era. Essa descoberta permite entender melhor seus desafios e suas experiências, e pode ser um ponto de partida para a autoaceitação e a busca por ferramentas para lidar com suas dificuldades.
Traumas, ansiedade, dificuldades sociais e sentimento de não pertencimento são, muitas vezes, explicados por essa nova percepção de si. E, apesar de não ter tido o suporte adequado na infância, o autoconhecimento que vem com o diagnóstico permite que você busque ajuda agora, seja por meio de terapias, grupos de apoio ou ajustes na vida cotidiana.
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Nunca é tarde para entender melhor como a sua mente funciona, encontrar estratégias para melhorar sua qualidade de vida e criar conexões mais saudáveis com o mundo ao seu redor. A descoberta pode abrir portas para acolher suas próprias peculiaridades e se permitir viver de forma mais autêntica, com menos culpa ou tentativas de se adaptar a um modelo que nunca foi o seu.
Segundo divulgação da Organização Mundial da Saúde (OMS), há uma estimativa que haja 70 milhões de pessoas com o TEA no mundo, sendo cerca de 6 milhões só no Brasil. De acordo com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o número de brasileiros autistas adultos é próximo de 3 milhões. O diagnóstico de autismo pode ser feito em qualquer idade, mas na vida adulta é mais desafiador. Isso porque muitas pessoas aprendem a mascarar os sintomas para se adaptar às expectativas sociais
Wesley Santos
Professor, Escritor e Pesquisador da Educação