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Thuany Parente, que até a semana passada podia ser vista na peça “Cinderella”, como Gabrielle, uma das filhas da madrasta, sob a direção de Charles Möeller e Claudio Botelho, que estava em cartaz no Teatro Liberdade, em São Paulo, já brilhou em musicais como “Wicked”, “Rent” e a “A Era do Rock” e fez seu début na televisão na trama bíblica “Apocalipse”, da RecordTV, como a ácida Alice, par do ator Rafael Sardão. De lá pra cá, não parou mais.
Hoje, por exemplo, está no longa-metragem “Me Sinto Bem com Você”, de Matheus Souza, no streaming da Amazon, dando vida à estudante de cinema Vanessa, em uma antologia sobre cinco duplas diferentes lidando com o isolamento social do ano de 2020. “Quando assisti pela primeira vez, fiquei muito tocada. Acho que é o tipo de obra que a gente vai poder revisitar de tempos em tempos e se lembrar com afeto das pessoas que nos ajudaram a enfrentar esse momento”, afirmou em bate-papo exclusivo. Confira os melhores momentos na íntegra!
1. Você se considera uma atriz mais para a comédia ou para o drama?
Honestamente, não sei. Amo fazê-los e assistir aos dois. Mas preciso confessar que ouvir o público rindo é algo viciante! Vibro por dentro toda vez.
2. Qual personagem do cinema você gostaria de regravar? Por quê?
Uma das que mais amo e com que me identifico é a Frances Ha, do filme homônimo, dirigido pelo Noah Baumbach. Mas não sei se teria coragem, já que a Greta Gerwig, que também assina o roteiro com o Noah, fez um trabalho impecável.
3. Qual papel mais te marcou?
Nossa, tantos trabalhos me marcaram de formas diferentes. Mas acho que a Glinda, de “Wicked”. Apesar de ser apenas substituta da personagem, tive a oportunidade de fazer algumas vezes e aprendi muito durante o processo. A narrativa de “Wicked” é riquíssima, fala sobre amizade, sobre toda história ter dois lados, sobre tolerar o diferente. Ali, sem dúvidas, foi um divisor de águas, tanto como profissional, quanto como pessoa.
4. Sua primeira novela foi “Apocalipse”, na RecordTV. Como foi essa experiência?
Foi assustadoramente incrível! Eu nunca tinha pisado em um set de filmagem antes. Geralmente, atores fazem participações antes de pegar papéis com mais destaque. Cheguei ali “do nada”, então foi meio no susto. Mas foi maravilhoso. Tive a oportunidade de dividir cena com artistas consagrados, que acompanhava desde pequena, do sofá de casa. Morro de saudade dessa época. Fazer televisão é muito divertido!
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5. Sendo uma atriz com uma vasta experiência em teatro musical, como foi gravar um folhetim?
No início, estranhei muito tudo, tanto a linguagem, muito contida, quanto a coisa de não saber o que ia acontecer com a personagem. A gente até recebe uma sinopse antes das filmagens, mas as coisas mudam muito, por ser uma obra aberta. Lembro-me de abrir cada capítulo e me surpreender com os rumos da narrativa. É um exercício maravilhoso. Eu sempre fui muito controladora e perfeccionista. A televisão me tirou um pouco o peso disso. Recordo-me de sair triste do estúdio uma vez por achar que tinha feito mal uma cena e a Samara Felippo me falar: “Tá tudo bem. É só uma ceninha no meio de várias outras. Amanhã você grava mais dez. Depois, também”. Aquilo me aliviou bastante. No final, eu assisti e achei boa.
6. Quais são suas referências no mundo artístico?
Amo Greta Gerwig, Phoebe Waller-Bridge, Michaela Coel, Tina Fey, Sofia Coppola. Como elas, sonho em escrever e dirigir minhas próprias coisas. No Brasil, amo a obra da Fernanda Young, queria muito ter tido a oportunidade de conhecê-la, e admiro muito a Manu Gavassi, que, além de tudo isso, ainda é cantora.
7. Podemos vê-la no Prime, no filme “Me Sinto Bem com Você”, em que vive uma estudante de cinema, a Vanessa. Como você se preparou?
O meu núcleo é sobre conversas de Zoom entre duas irmãs, eu e a Bel Moreira. Ensaiamos on-line com o Matheus Souza algumas vezes, mas o tempo era bastante curto. Como não podíamos nos encontrar por conta da pandemia, eu e Bel passávamos praticamente o dia inteiro com nossas câmeras ligadas conversando uma com a outra, para criarmos aquela intimidade e a fluidez desse tipo de conversa. Aí, no meio de um papo, a gente começava a falar o texto e depois voltava com as fofocas.
8. O longa fala do isolamento social. Vocês levaram suas próprias experiências? Teve gravação também remotamente?
Acho que todo mundo doou muito de si para que esse projeto acontecesse. E é impossível não se identificar com o texto do Matheus Souza. Consigo me enxergar em todos os personagens em algum momento. Sobre as filmagens, não foram remotas. Filmamos em duas casas em São Paulo. Cada núcleo tinha cerca de duas ou três diárias. Mas, por causa da pandemia, não pudemos nos encontrar. Só podíamos ver quem contracenava com a gente e só tirávamos a máscara na hora do “ação”. Não tivemos aquela leitura inicial, nem festinha de encerramento. Foi bem diferente, mas isso garantiu que ninguém fosse contaminado durante o processo.
9. Até poucos dias atrás, você era Gabrielle, uma das duas filhas da madrasta, no musical “Cinderella”. Conhecia o espetáculo? Já tinha assistido? O que a personagem tem em comum com você?
Sim. Assisti em 2016, com a Giulia Nadruz interpretando a Gabrielle. Lembro-me de ter me apaixonado logo de cara. É muito legal pensar que tive a oportunidade de dar vida a ela cinco anos depois. Acho que nós duas temos um humor debochado, mas também somos bastante românticas. Eu gosto dessas camadas que quase se contrastam. Gabrielle foi um presente!
10. Você foi aplaudida várias vezes em cena aberta, pela sua excelente interpretação. Como vê esse reconhecimento dos espectadores?
Fiquei corada lendo isso! Era muito gratificante ver que a plateia estava se divertindo com a Gabrielle. Sempre amei a comédia, mas tinha muito receio de fazer, de o público não rir, de me acharem forçada. Na verdade, ainda tenho um pouquinho desse medo. Então, quando o aplauso surge, é a melhor sensação do mundo! É como se aquele som levasse tudo aquilo embora.