O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (Sintet), por meio da regional de Gurupi, formalizou uma denúncia contra a diretora do Colégio Estadual João Tavares Martins, em Araguaçu, no sul do estado. Segundo os relatos, a gestora Maricélia Lopes da Silva é acusada de assédio moral, perseguição profissional, abuso de autoridade e coação, o que estaria levando servidores ao adoecimento psicológico e prejudicando o ambiente escolar.
De acordo com o Sintet, as denúncias contra a diretora começaram em 2019, ano em que ela assumiu a gestão da escola, mas se intensificaram em 2024 com a chegada de novos professores efetivos, que se sentiram mais seguros para relatar as situações. Os problemas, no entanto, também foram apontados por ex-servidores.
Entre as principais queixas estão práticas de gestão centralizadora, falta de diálogo, gritos, humilhações públicas e ameaças constantes. Segundo os denunciantes, decisões pedagógicas são tomadas sem participação dos professores e coordenadores, desrespeitando os princípios de gestão democrática previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Uma das frases atribuídas à diretora – “professor não tem que dar opinião em nada, tem que fazer o que eu decido e pronto” reflete o ambiente autoritário e de intimidação apontado pelos servidores.
Os relatos incluem ainda acusações de manipulação na avaliação de estágio probatório, com pressão sobre comissões para prejudicar professores críticos à gestão. Há casos de servidores que afirmam ter sido alvo de acusações infundadas, como uso de drogas, além de alterações injustificadas na carga horária, resultando em prejuízos financeiros.
Atualmente, três servidores estão sob acompanhamento psiquiátrico e psicológico, segundo o sindicato. A insegurança também atinge os professores contratados, que temem retaliações, como demissões arbitrárias.
Em uma das denúncias, uma professora relata que foi reprovada na primeira etapa da Avaliação de Estágio Probatório e afirma que isso foi usado como instrumento de coação. “Fui acusada até de estar sob efeito de substâncias psicoativas, sem qualquer prova. Foi uma tentativa de me desmoralizar”, afirmou.
A coordenadora pedagógica também aparece como uma das vítimas. Ela teria sido alvo de gritos e humilhações durante reuniões e até em eventos públicos da escola, na presença de pais e alunos. Outros professores relatam cortes de ponto injustificados, cobranças excessivas com prazos curtos e mensagens fora do horário de expediente.
O sindicato ainda aponta que a diretora costuma afirmar que possui influência na Superintendência Regional de Ensino (SRE) e na Ouvidoria, com o objetivo de desencorajar os servidores a formalizar queixas.
Pedido de afastamento e apuração
Diante da gravidade das denúncias, o Sintet cobra da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) o afastamento imediato da diretora Maricélia Lopes da Silva, além da abertura de sindicância e processo administrativo disciplinar. “O ambiente escolar não pode ser um lugar de adoecimento”, afirmou Gabriela Zanina, presidente da regional do Sintet em Gurupi.
O sindicato também solicitou garantias de proteção e sigilo às testemunhas, para evitar retaliações.
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