A Polícia Federal, junto com a Agência Norte-Americana de Imigração, prendeu nesta quinta-feira (31) em São Paulo Saifullah Manun, considerado o maior contrabandista de imigrantes do mundo. Outras sete pessoas foram presas suspeitas de participar da organização criminosa que levou ilegalmente quase 200 pessoas da Ásia para os Estados Unidos passando pelo Brasil.
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Segundo autoridades norte americanas, Saifullah Manun é o maior contrabandista de pessoas do mundo. Ele tem permanência de refugiado e mora há 6 anos no bairro do Brás na região central de São Paulo.
Manun é dono de uma agência de turismo e de um mercado no Brás, e tem diversas empresas que ele contratava em nome de terceiros, além várias contas em nome de terceiros também.
Cinco imigrantes que estavam presos foral resgatados nessa operação. Ao todo oito mandados de prisão e 18 de busca e apreensão foram cumpridos numa grande operação contra a imigração ilegal e lavagem de dinheiro que envolveu 20 países das Américas.
Jornada perigosa
Os imigrantes partiam de países como Afeganistão, Bangladeche, Índia, Nepal e Paquistão, chegavam ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, de onde seguiam para o Acre. Lá começava uma longa e perigosa jornada feita de ônibus, barco e a pé por Peru Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Honduras, Nicarágua, El Salvador e Guatemala.
A etapa final de coiotes e imigrantes era cruzar a fronteira do México e entrar nos Estados Unidos. Mortes e maus tratos aconteciam pelo caminho, segundo a investigação.
“No trajeto, eles passam pela selva de Darem chamada de Darem Gap”, diz Milton Fornazari Junior, delegado da Polícia Federal. “É o lugar mais perigosos da travessia, muitos imigrantes morrem. Essa organização criminosa é também objeto de atividade de envio de criança nessa rota.”
O esquema que vinha sendo investigado desde maio em colaboração com a Agência Norte-Americana De Imigração e a Polícia Federal era multinacional, mas a liderança da organização criminosa era exercida por um estrangeiro que morava em São Paulo. Só no Brasil, de 2014 para cá, a quadrilha faturou, segundo a Polícia Federal, mais de US$ 10 milhões.
Os criminosos providenciavam documentos falsos de viagem como passaportes, vistos e cartas de tripulantes marítimos. Com autorização da Justiça a polícia quebrou sigilos bancários e fiscal, fez interceptações telefônicas, de e-mail e bloqueou 42 contas bancárias. Segundo a Polícia Federal, o Brasil sempre foi rota de imigração ilegal, mas a operação mostra que esse tipo de crime aumentou e mudou.
“Eles utilizariam como método para a introdução desses estrangeiros no território nacional a legislação de refúgio, solicitações de refúgio que eram feitas por esses imigrantes que tinham por objetivo de ingressar no país e migrar posteriormente, com a ajuda desse grupo para os Estados Unidos”, diz o delegado da PF Marcelo Ivo de Carvalho.
“Havia um advogado que dava todo o suporte, toda a assistência a essas pessoas. Esse advogado ele fazia petições de pedido de refúgio até mesmo antes desses estrangeiros chegarem, que chegassem ao ter nacional e acompanhava todo o desembarque desses estrangeiros. Então essa participação desse advogado contribuiu e muito para realização dessa atividade ilícita.”