A mulher de 33 anos que alega ter sido estuprada por 12 homens, sendo 11 policiais militares, engravidou após a violência sexual sofrida em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ao site g1, ela revelou ter interrompido a gravidez com quatro meses.
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Segundo a vítima, que não terá a identidade divulgada, o estupro ocorreu em agosto durante uma festa em uma casa alugada por um grupo de PMs, localizada na Avenida Hans Stadem, no bairro Balneário Praia do Pernambuco. A Polícia Militar informou ter instaurado uma sindicância para apurar a participação de agentes no crime.
A mulher afirmou ter interrompido a gestação na 21ª semana [quarto mês] por demorar para descobrir que estava grávida, já que não menstrua normalmente, e pela forma como tudo aconteceu. Ela ressaltou que também não se relacionou com outras pessoas durante o período.
“Em nenhum momento eu quis dar continuidade nessa gravidez, infelizmente”, desabafou.
Gravidez interrompida
A mulher revelou que já é mãe de duas crianças. Ela acrescentou que não poderia aproveitar a expectativa pelo nascimento do bebê, porque não foi fruto de uma relação sexual consensual.
“Sabe quando você está grávida, seja casada ou namorando, e começa a pensar: ‘Será que vai nascer com o olhinho do pai ou da mãe?’. Eu não tive essa vontade”, disse.
O caso
A mulher contou ter sido convidada para a festa, que tinha aproximadamente 20 pessoas, sendo a maioria de homens, junto com uma amiga. Ela acredita ter sido ‘dopada’ enquanto ingeria bebidas alcoólicas no local.
A vítima afirmou que, incialmente, teve uma relação consensual com um dos integrantes da festa em um quarto no imóvel. Ela complementou que, após “apagar” no cômodo, os demais a estupraram.
Os detalhes sobre o estupro, além dos que ela se recorda, foram contados por um amigo dela que também estava na festa e disse ter sido o responsável por “interromper” os abusos.
Ele teria dito à vítima que entrou no quarto e conversou com os demais sobre o crime, no entanto, ela acredita que ele, o único que não faz parte da PM, também participou do ato.
Caso é oficiado
Conforme apurado pelo g1, após a repercussão do caso, a deputada estadual Beth Sahão (PT) oficiou, nesta quinta-feira (1º), o caso junto à Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo e também à Secretaria de Segurança Pública do estado.
No ofício, obtido pela equipe de reportagem, a deputada pede pela apuração da denúncia por parte dos dois órgãos.
Secretaria de Segurança de SP
A Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo (SSP-SP) informou, em nota, que a Polícia Civil investiga o caso de “estupro de vulnerável” denunciado pela mulher.
Segundo a SSP-SP, foram requisitados exames sexológico e médico para a vítima. O caso foi registrado por ela na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da capital paulista e encaminhado para a DDM de Guarujá, que segue as investigações.
“Diante da gravidade da denúncia, a Polícia Militar informa que instaurou uma sindicância para apurar a participação de policiais militares no crime”, complementou a SSP.
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