O Tocantins registrou uma queda de 85% no desmatamento do Cerrado em 2024, segundo o 2º Boletim de Desmatamento do ano. Comparado ao mesmo período de 2023, o índice representa uma das maiores reduções na região. De janeiro a maio, o estado já havia apresentado uma diminuição de 44,3% na área desmatada, conforme monitoramento do Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma).
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Esses dados foram divulgados nesta quarta-feira, dia 6, durante a assinatura do Pacto Interfederativo para a Prevenção e o Controle do Desmatamento Ilegal e dos Incêndios Florestais no Cerrado, acordo firmado entre o governo federal e os estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Na área do Matopiba, o Cerrado apresentou uma redução de 25,7% na supressão de vegetação nativa entre agosto de 2023 e julho de 2024. Individualmente, a Bahia reduziu o desmatamento em 63,3%, Maranhão em 15,1%, Piauí em 10,1% e Tocantins em 9,6%.
O governo do Tocantins atribui essa queda às políticas públicas e ao reforço das fiscalizações ambientais. Apesar do avanço, o boletim indica que cerca de 30% do desmatamento registrado no estado ainda é ilegal, enquanto 70% é classificado como legal.
Na última sexta-feira, 8, o governo tocantinense também anunciou uma redução de 85% nas áreas desmatadas em outubro, comparado ao mesmo período de 2023. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), o estado registrou uma queda acumulada de 44,3% nas áreas desmatadas dos biomas Cerrado e Amazônia nos últimos cinco meses. Os dados, processados pelo Cigma, indicam uma redução de 44,5% no Cerrado e 15,9% na Amazônia.
O secretário Marcello Lelis ressaltou que os resultados refletem a colaboração entre governo e setor produtivo, reforçando o compromisso com a preservação ambiental.
O boletim, publicado mensalmente, inclui gráficos e mapas com a distribuição das áreas desmatadas nas microrregiões do estado, como Bico do Papagaio, Araguaína e Jalapão, utilizando dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.
Outro levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta uma redução de 9,6% no desmatamento do Cerrado no Tocantins entre agosto de 2023 e julho de 2024. É a primeira queda na taxa após cinco anos de aumentos sucessivos. Durante o período, 8.174 km² de vegetação nativa foram suprimidos, conforme dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento no Cerrado por Satélite (Prodes Cerrado).
Esse recuo gerou uma economia de 41,8 milhões de toneladas de CO₂, gás responsável pelo aquecimento global, e representou uma redução significativa nas emissões que impactam o clima.