O Governo do Tocantins deu início, na última sexta-feira (1º), à Operação Capim-Dourado 2025, durante solenidade no povoado quilombola Mumbuca, situado no Parque Estadual do Jalapão (PEJ). Coordenada pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), a ação reúne diversos órgãos estaduais com o objetivo de combater práticas ilegais de coleta, transporte e biopirataria, além de prevenir incêndios florestais no bioma Cerrado.
A operação ocorre pela segunda vez e busca garantir que a colheita do capim-dourado e do buriti ocorra dentro do período legal, de 20 de setembro a 30 de novembro, conforme estabelece a Lei Estadual nº 3.594/2019. O foco é assegurar a sustentabilidade da cadeia produtiva e proteger a principal fonte de renda das comunidades artesãs tradicionais da região.
União entre proteção ambiental e respeito cultural
Segundo o gerente de Fiscalização do Naturatins, Cândido José dos Santos Neto, a ação reafirma o compromisso com as comunidades locais. “Estamos unindo forças para garantir que a coleta ocorra dentro da legislação. Isso protege a biodiversidade e fortalece a cultura tradicional, que depende diretamente do uso sustentável desses recursos”, afirmou.
A diretora de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins, Perla Ribeiro, destacou o papel das parcerias institucionais. Ela ressaltou a importância do capim-dourado como patrimônio cultural, da atuação dos guardas-parques e da contratação de novos brigadistas para reforçar a proteção das unidades de conservação, especialmente durante o período seco, que aumenta o risco de queimadas.
Participação interinstitucional
A força-tarefa conta com o apoio do Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA), Grupo de Operações Aéreas (GRAER), Corpo de Bombeiros, Secretaria de Segurança Pública (SSP), Secretaria do Turismo (Setur) e Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot). As fiscalizações se concentram nos municípios de Mateiros, Novo Acordo, Ponte Alta do Tocantins, São Félix do Tocantins, Santa Tereza, Tocantínia, Dianópolis, Rio da Conceição, Novo Jardim e Pindorama.
Para o secretário-executivo da SSP, Reginaldo de Menezes, a operação é essencial para preservar um dos maiores símbolos do estado. “O capim-dourado é nosso ouro. Essa operação é uma resposta coordenada para proteger nossos recursos naturais e culturais contra crimes ambientais”, enfatizou.
Impacto direto nas comunidades
A presidente da Associação do Mumbuca, Silvanete da Silva, comemorou o início da operação e reforçou seu impacto positivo. “Ano passado, graças à fiscalização, nosso capim estava intacto no campo. Quando o Estado atua, a tradição é respeitada e a renda das famílias é preservada. Esperamos novamente um resultado brilhante este ano”, afirmou.
Legislação e canais de denúncia
A legislação vigente proíbe o transporte de capim-dourado e buriti in natura para fora do Tocantins e exige licença ambiental para manejo e coleta. Em caso de descumprimento, as penalidades incluem multas, advertências, apreensão de material e perda da licença.
Denúncias de crimes ambientais podem ser feitas pelos seguintes canais:
Linha Verde: 0800 063 1155
Zap Linha Verde (WhatsApp, apenas mensagens de texto): (63) 99106‑7787
O sigilo do denunciante é garantido.
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