O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), deu início nesta segunda-feira (1º) à Campanha Setembro Amarelo, que busca conscientizar sobre a importância da saúde mental e reforçar que o suicídio pode ser prevenido com acolhimento, apoio profissional e fortalecimento das redes de cuidado.
Durante todo o mês, serão promovidas ações educativas nos hospitais e anexos da rede estadual, com foco em orientar profissionais de saúde sobre o acolhimento humanizado e a valorização da escuta ativa. As atividades também marcam o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, lembrado em 10 de setembro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Cenário preocupante
Dados da OMS mostram que mais de 700 mil pessoas morrem por ano em decorrência do suicídio, o equivalente a uma morte a cada 100 no mundo. No Tocantins, conforme o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), foram registrados 186 óbitos em 2024 e, em 2025, até 26 de agosto, já foram contabilizadas 104 ocorrências.
O secretário da Saúde, Carlos Felinto, ressaltou a importância da mobilização:
“Sabemos que o suicídio pode ser prevenido através do cuidado de todos e da assistência multiprofissional. Por isso, é essencial que os profissionais de saúde estejam preparados para acolher pacientes em sofrimento psicológico com qualidade e humanização”.
Rede de apoio no Tocantins
A população conta com atendimento gratuito em saúde mental pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que oferece assistência médica, psicológica e multiprofissional em diferentes regiões do estado.
O serviço é composto por 22 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), além de unidades especializadas em Palmas, Araguaína, Paraíso e outros municípios. Há ainda leitos psiquiátricos em hospitais regionais e municipais, totalizando mais de 40 vagas específicas para internação em casos graves.
O atendimento inicial pode ser buscado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou em casos urgentes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA). O apoio emocional também está disponível pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), no telefone 188, com atendimento gratuito 24 horas.
Vozes da prevenção
A psicóloga Karla Joane Silva, do Hospital Geral de Palmas (HGP), destacou a importância de falar sobre o tema:
“Conversar e ouvir é o primeiro passo para salvarmos vidas. Compartilhar sentimentos com familiares, amigos ou profissionais de saúde pode aliviar o peso emocional e abrir caminho para a busca de ajuda”.
A engenheira civil A.G.S., ex-paciente da ala psiquiátrica do HGP, reforçou a importância do acolhimento.
“No hospital recebi atenção diária de psicólogos, psiquiatras e nutricionistas, além de cuidados clínicos. Hoje continuo meu acompanhamento e digo: buscar ajuda é preciso”.
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