Pela primeira vez em quase 20 anos os cientistas descobriram um novo subtipo do vírus HIV. O organismo foi chamado de “cepa L” e pertence a um dos quatro grupos do vírus, o grupo M, que é responsável pela maior parte dos casos de Aids no mundo, segundo a Revista Brasileira de Análises Clínicas.
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Um artigo sobre o assunto foi publicado no periódico científico Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes (JAIDS) nesta quarta-feira (6), mas as suspeitas da existência desse subtipo já existiam. O vírus precisava ser identificado em três pessoas diferentes para ser classificado como um novo tipo, o que não havia ocorrido até agora.
Segundo os especialistas, nos anos 1980 e 1990 o subtipo foi identificado em duas pessoas diferentes na República Democrática do Congo e, em 2001, outro caso foi encontrado. Mas, como a tecnologia de sequenciamento genético à época não era desenvolvida o bastante, as informações obtidas não bastavam para que os cientistas tivessem certeza de que todas as cepas encontradas faziam parte do mesmo grupo.
SAIBA MAIS
Felizmente, os métodos tecnológicos evoluíram e, com eles, a engenharia genética: foi por meio do sequenciamento do DNA desses vírus que o grupo de especialistas concluiu que estava lidando com um novo subtipo do microrganismo. “Identificar novos vírus como esse é como procurar uma agulha no palheiro”, disse Mary Rodgers, uma das autoras do estudo, em comunicado. “Ao avançar nossas técnicas e usar a nova geração de tecnologia de sequenciamento, puxamos essa agulha com um ímã.”
Faz sentido: graças à tecnologia, os cientistas podem estudar genomas inteiros de forma rápida e economicamente viável, o que ajuda a criar métodos preventivos contra o HIV – que hoje afeta 38 milhões de pessoas, segundo o Global Health Observatory. “Essa descoberta científica pode nos ajudar a garantir que estamos evitando novas pandemias”, afirmou Rodgers.