Dois jovens foram condenados pelo Tribunal do Júri de Araguaína na última terça-feira (22) por envolvimento em um ataque a tiros que deixou dois mortos e um ferido, no que a Justiça considerou como ação motivada por rivalidade entre facções criminosas. O julgamento, realizado na 1ª Vara Criminal e presidido pelo juiz Carlos Roberto de Sousa Dutra, terminou com penas que ultrapassam 19 anos de reclusão para cada um dos réus condenados.
O crime aconteceu em 27 de janeiro de 2024, quando os acusados — Danilo Bandeira Barbosa, Mateus Alves, Jonys Rodolpho Silva Arcanjo e Gabriel Masciano de Araújo —, acompanhados de um adolescente de 16 anos, atacaram um grupo rival com disparos de armas de fogo. Os tiros, efetuados de dentro de um veículo VW/Gol, atingiram Wesley Santos Carvalho, que morreu no local, e Kaique Cavalcante Lima Coelho, que faleceu no hospital após ser baleado na cabeça e na perna. Uma terceira vítima, alvejada com 15 tiros, sobreviveu após ser socorrida.
Quem foi condenado e por quais crimes?
O júri popular condenou Danilo Bandeira Barbosa e Jonys Rodolpho Silva Arcanjo pelos crimes de duplo homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado e organização criminosa. Ambos foram absolvidos da acusação de corrupção de menores.
A pena fixada para cada um deles foi de 19 anos, 11 meses e 12 dias de reclusão, mais 20 dias-multa, a ser cumprida em regime fechado. O juiz também negou pedido de indenização mínima às vítimas, alegando falta de provas e de indicação de valor na denúncia.
Quem foi absolvido?
Mateus Alves e Gabriel Masciano de Araújo foram absolvidos de todas as acusações pelo Conselho de Sentença. Gabriel chegou a ter a prisão preventiva revogada ainda em agosto de 2024, enquanto Mateus recebeu alvará de soltura após o julgamento.
Dinâmica do crime
Conforme o processo, o ataque teve como alvo membros de uma facção criminosa rival. Os envolvidos estavam encapuzados e armados com pistolas e revólveres. Após o ataque, os suspeitos fugiram no mesmo carro usado no crime. Um dos veículos usados na ação foi abandonado por problemas mecânicos, enquanto o outro foi incendiado na tentativa de apagar provas.
Durante a investigação, a Polícia Civil apontou que Gabriel teria auxiliado os executores monitorando as vítimas e informações sobre o crime nas redes sociais. Apesar disso, ele foi inocentado pelo júri.