Um estudo divulgado no fim de 2024 pela revista científica JAMA aponta que caminhar ao menos 7 mil passos por dia pode reduzir em média 31% os sintomas da depressão. A pesquisa, conduzida por universidades da Espanha e de outras quatro instituições internacionais, analisou dados de aproximadamente 96 mil pessoas de 13 países, com idades entre 18 e 91 anos, e oferece novas evidências sobre o impacto da atividade física na saúde mental.
A análise revisou 33 estudos publicados entre julho de 2023 e maio de 2024, que avaliaram a relação entre o número de passos diários e a intensidade dos sintomas depressivos. A caminhada foi escolhida como parâmetro por ser uma prática acessível e fácil de mensurar, com o uso de pedômetros ou acelerômetros.
Quanto mais passos, menor a depressão
Os pesquisadores estabeleceram 7 mil passos como linha de corte a partir da qual as diferenças de impacto começaram a se destacar. Os dados mostraram que, a partir desse patamar, os benefícios à saúde mental aumentam de forma significativa. Ao alcançar 7.500 passos diários, por exemplo, a redução média dos sintomas de depressão sobe para 42%.
A cada mil passos adicionais por dia, o estudo observou um ganho médio de 9% na melhora dos sintomas depressivos. A conclusão reforça o potencial da caminhada regular como estratégia complementar na prevenção e no tratamento da depressão.
Brasil lidera casos de depressão na América Latina
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é uma das principais causas de incapacidade no mundo e afeta cerca de 300 milhões de pessoas globalmente. Ela é considerada um transtorno multifatorial, influenciado por aspectos físicos, psicológicos e sociais, e pode ser desencadeada por situações como perdas, traumas ou desemprego.
No Brasil, o cenário é especialmente preocupante. O país lidera o número de casos de depressão na América Latina e tem registrado um crescimento expressivo de afastamentos no mercado de trabalho em razão do transtorno. Em 2024, foram mais de 374 mil afastamentos por causas relacionadas à saúde mental, sendo 113 mil por depressão e 52 mil por depressão recorrente. Só o estado de São Paulo concentrou mais de 30 mil desses afastamentos.
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