Pesquisadores da Weill Cornell Medicine, nos Estados Unidos, identificaram um possível elo entre o consumo de óleos vegetais e o crescimento de tumores agressivos de mama. O responsável seria o ácido linoleico, gordura do tipo ômega-6 amplamente presente no óleo de soja — um dos mais utilizados na alimentação dos brasileiros.
A descoberta foi publicada em março na revista científica Science e pode ajudar a explicar como a alimentação influencia o desenvolvimento do câncer de mama triplo negativo, considerado um dos mais difíceis de tratar por não responder à hormonioterapia nem a terapias-alvo.
Como a gordura ativa o crescimento tumoral?
Nos testes laboratoriais com células e camundongos, os cientistas constataram que o ácido linoleico ativa uma via de crescimento celular chamada mTORC1, essencial para a multiplicação das células. Esse processo, no entanto, só foi observado em tumores do tipo triplo negativo.
Segundo os pesquisadores, isso ocorre porque esse subtipo de câncer apresenta níveis elevados de uma proteína chamada FABP5, que atua como um intermediário entre o ácido linoleico e a ativação da via mTORC1. Essa “ponte bioquímica” cria um ambiente celular mais propício ao avanço do tumor.
O que isso significa na prática?
Embora os resultados ainda sejam preliminares e obtidos em modelos experimentais, o estudo reforça a importância de entender como a alimentação pode interferir no comportamento de tumores, especialmente os mais agressivos.