A temporada do futebol brasileiro está chegando ao fim e, assim como o JornalEsportes, outros sites estão de olho nas movimentações sobre o futuro do esporte no país. Federações estaduais, como a Federação Carioca de Futebol, e a Confederação Brasileira de Futebol se organizam para a criação de um Campeonato Nacional que será gerido pelos clubes.
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Mas as negociações envolvendo as principais equipes do país não tem sido fácil. O principal motivo é a divisão dos direitos de TV e a cota que cada uma das equipes têm direito a receber. Clubes como Flamengo e Palmeiras querem uma fatia maior do bolo, algo que não tem sido aceito com facilidade por alguns dirigentes.
Recentemente, em entrevista à ESPN Brasil, o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, afirmou que a criação de uma liga gerida pelos clubes brasileiros não avança por conta das pendências financeiras e da falta de acordo entre as agremiações.
“Nomeamos a XP como um consultor e queremos um futebol brasileiro mais justo. Somos 25 (clubes) e queremos que seja os 40. Não tem que inventar a roda, queremos seguir as principais ligas do mundo. O futebol brasileiro comparado com as principais ligas é o que pior divide o dinheiro e que menos arrecada se comparar com Bundesliga, LaLiga”, disse o mandatário.
Ele ressaltou também que já existem modelos que podem ser copiados, como do Campeonato Inglês, a NBA, principal liga de basquete do planeta, e a NFL, maior liga de futebol americano do mundo.
“Em outros esportes, a NFL e a NBA a diferença entre o que mais ganha e o que menos ganha é só de um, a Premier League é 1.6 e aqui chega a 6. Ou seja, de 600%! É muita coisa. Não podemos perpetuar um modelo que privilegia alguns e que é ruim para o produto”, complementou.
De acordo com o dirigente, o surgimento de uma nova liga no futebol brasileiro deve ter disputa igual entre os clubes. Uma competição justa e equilibrada é fator primordial para atrair audiência e, por consequência, mais investidores. Apesar dos entraves, ele ainda confia em um acordo nos próximos meses para que o acordo saia do papel.
“Sem competitividade como fator principal, não vai atrair investidores. Ainda faltam dois anos e meio para terminar o contrato com a TV e terá tempo suficiente para que se ache o melhor caminho para todos. Do nosso lado, a gente está seguro de que a nossa proposta é boa e faz sentido porque é o que se pratica nas principais ligas do mundo”.
Atualmente, clubes como Flamengo, Palmeiras, Corinthians e São Paulo estão inseridos no grupo denominado Libra (Liga de Clubes do Brasil), que reúne clubes em diálogo com instituições financeiras para montar um projeto de estrutura do futebol brasileiro. A Libra defende a divisão com 40% dos direitos divididos igualmente, 30% proporcionais à performance esportiva e 30% por engajamento e audiência.
A proposta não foi aceita pelo grupo Forte Futebol, formado por clubes como Athletico Paranaense, Atlético Goianiense, América-MG, Fortaleza e Coritiba. Eles acreditam que o melhor modelo seja 50% para os direitos divididos igualmente, 25% para performance esportiva e 25% por engajamento de audiência.
Segundo reportagem publicada pelo jornalista Rodrigo Mattos, do UOL, em setembro deste ano, a avaliação é de que o potencial de arrecadação do Brasileiro é de R$ 4 bilhões no primeiro ano de contrato em 2025.
Esse valor seria obtido com direitos de TV nacionais e internacionais, patrocínios, placas de publicidade, entre outras formas de exploração do campeonato brasileiro.
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