Nesta última sexta-feira (3), início de novembro, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) divulgou os dados deste ano sobre índices de violência nas escolas, com percentual de aumento de 50%. Esse aumento corresponde a cerca de 9.530 chamados pelo disque denúncia, o que não dá conta de todos os casos, de fato, ocorridos.
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Sabemos que nem toda violência vista e vivenciada nas escolas é denunciada, fazendo com que o quantitativo possa ser ainda maior desde janeiro até agora (e o ano letivo ainda não acabou). O tema violência escolar é uma daquelas situações inevitáveis, que estará sempre atrelado ao debate público porque, aparentemente, enquanto houver escola haverá ocorrências dessa natureza. Os relacionamentos entre os jovens e adolescentes na escola, quase sempre são baseados em duas realidades: amor ou ódio. As redes sociais aquecem ainda mais o cenário em fóruns relacionados a vingança, contra bullyings e afins.
Vivemos em um cenário violento na sociedade, em que as discordâncias e desentendimentos migram rapidamente do campo das ideias, para o campo das agressões (física e verbal), acrescente a dificuldade de convivência entre os indivíduos, diferenças de classes e realidades sociais e familiares, dessa forma os ingredientes para a violência só precisam de um pouco de calor para explodir. Ainda neste ano houve tamanha insegurança no ambiente escolar, a ponto de serem necessárias revistas e detectores de metais, para os alunos na entrada das escolas. Há quem defenda que reprimir com ênfase (e às vezes, agressividade) possa diminuir, mas sabemos que não é tão simples assim. A política de violência para se combater a violência, resolveu pouquíssimas vezes na história do mundo.
Nesse sentido, os problemas e as consequências são fáceis de apontar, mas, em relação às sugestões e soluções? Pois bem, sabemos que questões de âmbito comportamental só passam por transformações por meio de conscientização, parece simplório, pouco eficaz e demorado, mas ainda é a melhor forma. Métodos mais severos ou drásticos (envolvendo mais atuação da polícia e afins), como já foi comprovado pelos EUA, em relação à lei seca na década de 20, ou a crise do crack nas década de 80, não apenas foram ineficazes, como pioraram bastante a situação, trouxeram novos problemas e mancharam a imagem do país.
Dessa forma, políticas públicas que visem conscientizar os cidadãos e as instituições sobre os problemas relacionados à violência escolar, aliados a pais mais presentes nas vidas dos filhos, interessados pelo que consomem na internet, suas amizades e problemas emocionais, instituições com meios mais humanos de acompanhamento, juntamente com jovens e crianças bem cuidados, tendem a diminuir o número de casos. É um grande desafio, que demanda tempo, investimento e dedicação, mas, a solução existe.
Envie sugestões de pauta ou denúncia para o Whatsapp do Jornal Sou de Palmas: (63) 992237820