A cidade de Palmas é uma trintona que ainda engatinha em suas conquistas e busca ao máximo construir uma identidade própria, que lhe diferencie de sua irmã sexagenária, capital do país. Apesar de possuir grandes pontos turísticos, que atraem milhares de pessoas todo ano, para subir a serra de Taquaruçu, para encontrar suas exuberantes cachoeiras e vista privilegiada da natureza típica do cerrado, além de nossas praias à beira do lago. Há ainda quem já tenha dito que nossa capital também pode ser considerada, em alguma medida, uma cidade universitária.
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Quando surgiu, Palmas embarcou na ideia da também recém criada, Brasília, com a alcunha de cidade planejada (e de fato nossa bela cidade maquete o é, em muitos aspectos), mas, enquanto o restante do estado do Tocantins possui belíssimas paisagens turísticas, como as chapadas, o jalapão, a ilha do bananal e as cidades do ciclo do ouro, nossa pequena capital à leste do grande rio Tocantins, permanecia sem muitos atrativos, além do sol, que nasce para todos (aqui essa premissa é levada ao pé da letra, por quem enfrenta nosso clima caloroso).
Os anos foram passando e tanto atrativos turísticos, quanto empreendimentos diversos, foram se estabelecendo na capital. Em 23 de outubro de 2000 enfim é criada a Universidade Federal do Tocantins – UFT, que até então contava com uma universidade estadual (Unitins), desde o início da década de 90. Ao longo desses 23 anos, desde a criação da UFT, outras universidades, faculdades e institutos de formação superior e pós-graduação foram se acomodando em Palmas, hoje temos pouco mais de uma dezena.
Todos os anos, vemos ônibus vindo de diversas partes do estado e do país, em períodos de prestação de vestibulares, chegando na capital, nos primeiros anos da década de 2000, parte dos alunos que compuseram as primeiras turmas de graduação nas instituições, ainda eram em sua maioria de outros estados (Goiás, Minas e Pará, assim como alguns estados do Sul). Hoje essa realidade mudou bastante, mas ainda há registro de alunos vindos de fora, sendo esse um dos principais motivos de já terem rotulado Palmas como uma cidade universitária.
Ora, sabemos que é preciso bem mais do que 34 anos de existência, para se nomear uma cidade como “universitária” sem falar, nos diversos outros fatores (número de instituições de formação, número de estudantes recebidos, infraestrutura, crescimento habitacional em torno das instituições, incentivos para formação, dentre outros), mas Palmas já demonstra em certa medida, não ser uma cidade de única faceta. Nossa capital pode ser chamada de universitária, turística, agrária, tecnológica, enfim, o que quisermos ser. Tudo dependerá de como a identidade desse povo for se desenvolvendo, alinhando-se às políticas públicas de incentivo.