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O presidente Jair Bolsonaro assumiu, nesta segunda-feira (25), ter vontade de privatizar a Petrobras e afirmou que proposta entrou no radar no Palácio do Planalto nos últimos meses. Bolsonaro, no entanto, insinuou ter recuado da ideia após possibilidade de manutenção ou aumento nos preços dos combustíveis.
“Isso entrou no nosso radar. Mas privatizar qualquer empresa não é como alguns pensam, que é pegar a empresa botar na prateleira e amanhã quem der mais leva embora. É uma complicação enorme. Ainda mais quando se fala em combustível. Se você tirar do monopólio do Estado, que existe, e botar no monopólio de uma pessoa particular, fica a mesma coisa ou talvez até pior”, disse Bolsonaro, em entrevista à rádio Caçula, de Três Lagoas (MS).
Jair Bolsonaro já havia dito querer privatizar a petroleira após o ministro da Economia, Paulo Guedes, lembrar sobre a vontade da pasta e do mercado financeiro em vender a estatal em até 10 anos. Bolsonaro sugeriu ter iniciado estudos no Planalto para efetivar a proposta. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, rechaçou a possibilidade e negou haver estudos sobre o tema.
A ala política tenta segurar a proposta, pois a Petrobras é de grande relevância para indicação de cargos. Congressistas afirmam que a proposta também poderá causar prejuízos aos consumidores, porque há possibilidade de novos reajustes nos preços dos combustíveis.
Interferências
Em entrevista, Bolsonaro assumiu que o preço dos combustíveis estão em crescimento descontrolado, mas criticou quem o culpa por isso. Ele acredita que a pandemia é a real culpada pelos reajustes nas bombas.
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“Eu não sou malvado, eu não quero aumento de combustível, mas é uma realidade. O mundo todo está sofrendo com a economia neste pós-pandemia”, afirmou.
Nesta segunda-feira, a Petrobras anunciou mais um reajuste no preço dos combustíveis nas refinarias. A partir desta terça-feira (25), o diesel terá aumento de 9% enquanto a gasolina terá acréscimo de 7% em seu preço. Com o reajuste, a gasolina apresenta alta de 73% no acumulado do ano e o diesel, de 65,3%.
Embora tenha assumido o descontrole nos combustíveis, Bolsonaro afirmou que não irá interferir na política de preços da Petrobras.
“Eu não quero aumentar o preço de nada, mas eu não posso interferir em nada”.