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Após ser chamado de “burro” por Paulo Guedes, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, disse que ficou surpreso por ser a primeira vez que recebe essa ofensa na vida. Ele concedeu entrevista à Folha de São Paulo, e afirmou sem compreensível a fala do ministro da Economia, devido ao momento turbulento pelo qual a pasta atravessa.
“Sobre as falas do PG [Guedes], não tem muito o que comentar. A parte engraçada é que já fui chamado de muita coisa, mas de burro é a primeira vez”, disse ao jornal. “Ele está em um momento difícil e deve estar meio confuso para expressar suas ideias. Não seria a primeira vez que ele foi mal interpretado em suas falas”, completou.
Segundo a colunista Bela Megale, do GLOBO, Jair Bolsonaro teria sido escalado para intervir na crise dar um ponto final ao racha ministerial.
Pontes alega que continua defendendo o ministro, que tem respeito por Guedes e não vê problema nos xingamentos.
“Como diria meu saudoso professor de Química do ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica], dr. Carl Weis: ‘Isso não me comove…’ (Os iteanos mais antigos vão se lembrar)”, completa.
O vice-líder do governo na Câmara, o deputado Evair de Melo, disse que a confusão era como num jogo de futebol, onde as ofensas visam motivar o colega. Na visão de Pontes, a sua experiência como astronauta o ajuda a resolver possíveis atritos.
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“Lembre-se que astronautas e pilotos de combate são profissionais altamente treinados para trabalhar em equipe, mesmo em situações extremas de vida ou morte”, diz o ministro. “Às vezes, voando em formação, um piloto comete um erro e ‘dá uma asada’ para cima de você. Você desvia, corrige e continua o voo para cumprir a missão da equipe.”
A rusga se deu após Pontes criticar publicamente o corte de R$ 600 milhões da sua pasta. Guedes alegou que o ministro era “burro” por não alocar bem os recursos, gastando “até com foguete”.
Pontes nega que use mal os recursos e reafirmou a necessidade de reaver o montante que seria destinado à Bolsistas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
“A gestão financeira do MCTI é muito eficiente. Assim que for liberado o recurso, iniciaremos a execução. Mas há um limite de tempo hábil para isso. Daí a urgência”, diz.
“Como engenheiro, gestor e piloto de combate, trabalho com ciência, dados, fatos e resultados práticos (veja a parte de entregas do website do MCTI para ver o que já foi feito, mesmo com as restrições de orçamento). O que é importante para a Ciência e Tecnologia do Brasil neste momento, de forma pragmática, é a liberação urgente do PLN com a reposição dos valores transferidos do PLN16”, conclui o ministro.