O Exército brasileiro vai enviar 28 veículos blindados para a região da fronteira com a Venezuela após escalada de tensão relacionada à disputa entre Venezuela e Guiana pelo território de Essequibo —uma grande porção de terra, hoje sob administração guianense, que abriga grandes reservas de petróleo.
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Segundo revelou ao blog da Julia Duailibi uma fonte do Alto Comando Militar, a necessidade de reforço se deu após o plebiscito promovida pelo governo Maduro aprovar a anexação de Essequibo, na Guiana.
O objetivo, segundo essa mesma fonte militar, é evitar que o conflito chegue ao Brasil.
“A ideia é mandar mensagem de que nosso território não pode ser usado para nenhum tipo de operação”, disse a fonte para o blog.
Uma eventual incursão da Venezuela na Guiana por terra teria necessariamente que passar pelo Brasil, que faz fronteira com os dois países.
Os 28 veículos blindados, além uma nova tropa com até 150 homens, chegarão na região nas próximas semanas.
Crise na América do Sul
ENTENDA: No domingo (4), a Venezuela organizou um referendo no qual 95% dos eleitores presentes votaram para que o país incorpore ao mapa venezuelano o território de Essequibo, uma região de fronteira entre os dois países que é disputada há mais de 100 anos.
Estima-se que na Guiana existam reservas de 11 bilhões de barris, sendo que a parte mais significativa é “offshore”, ou seja, no mar, perto de Essequibo. Por causa do petróleo, a Guiana é o país sul-americano que mais cresce nos últimos anos.
Tanto a Guiana quanto a Venezuela afirmam ter direito sobre o território com base em documentos internacionais:
- A Guiana afirma que é a proprietária do território porque existe um laudo de 1899, feito em Paris, no qual foram estabelecidas as fronteiras atuais. Na época, a Guiana era um território do Reino Unido.
- Já a Venezuela afirma que o território é dela porque assim consta em um acordo firmado em 1966 com o próprio Reino Unido, antes da independência de Guiana, no qual o laudo arbitral foi anulado e se estabeleceram bases para uma solução negociada.
O QUE ACONTECE AGORA: O governo da Venezuela não é obrigado a executar o que determina o referendo, e ainda não está claro qual deverá ser a estratégia do regime chavista.
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