Uma mulher e dois jovens foram soltos na manhã de ontem (28) por policiais, após viver quase duas décadas presos, em uma casa na zona oeste do Rio de Janeiro.
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Ela e os filhos, de 19 e 22 anos, relataram que não viam a luz do sol havia 17 anos. O marido, também pai dos dois jovens, foi preso no local. Os três estavam em um imóvel sem condições dignas de habitação.
De acordo com a PM, que divulgou fotos do local, o chão era de cimento, não havia água encanada, os colchões eram sujos e sem lençol. Os filhos do casal foram encontrados amarrados e, devido ao grave estado de saúde, aparentavam ter idades entre 10 e 12 anos, segundo o capitão da PM William, responsável pelo resgate.
“Chegamos ao local após uma denúncia anônima e nos deparamos com as crianças amarradas. A nossa compreensão na hora era de que se tratava de crianças. O rapaz estava no colo da mulher. Só tivemos ciência da idade quando a gente viu os registros deles”, disse o capitão.
Os documentos dos jovens foram encontrados no imóvel. Devido à situação de saúde debilitada, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os três apresentavam quadro grave de desnutrição e desidratação. Eles foram encaminhados para o Hospital Municipal Rocha Faria.
Ainda de acordo com o capitão da PM, a mulher chegou a relatar incômodo com a luz do sol, após ser mantida tanto tempo em cárcere privado. Segundo o militar, o homem preso no local informou que era trabalhador e alegou que os filhos eram tinham problemas psicológicos e por isso precisavam ficar amarrados.
“Ele não demonstrou remorso nem arrependimento em momento algum” , disse William. O homem que cometeu o crime tem em torno de 45 a 50 anos. Vizinhos informaram que ele saía cedo, trancava a família dentro de casa e voltava ao anoitecer. Ele era conhecido como “DJ” na vizinhança por colocar som alto com frequência.
O marido e pais das vítimas, que não teve o nome divulgado, foi autuado em flagrante pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos. Procurada, a Polícia Civil informou que a investigação segue em andamento. Ainda não há informação se o suspeito já tinha anotações criminais.
O Conselho Tutelar disse que acompanha o caso há dois anos e que o Ministério Público e polícia foram acionados, mas nada foi feito até então. O Ministério Público ainda não se posicionou sobre o caso.
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