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Brasília (08/11/2021) – Produtores rurais brasileiros apresentaram, na segunda (8), práticas sustentáveis utilizadas pelo setor agropecuário, durante a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-26), realizada em Glasgow, na Escócia, de 1º a 12 de novembro.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) levou os produtores para participarem do “Dia do Agro”. No painel “O papel da agricultura para uma matriz energética limpa e renovável”, o produtor e presidente da Associação dos Irrigantes do Estado de Goiás, Luiz Carlos Figueiredo, apresentou um caso de sucesso de uma das propriedades de grãos e gado de leite da família.
Na fazenda, localizada em Cristalina (GO), Luiz Carlos investiu no tratamento de resíduos animais, que minimiza a emissão dos gases de efeito estufa e integra as estratégias do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC).
Na prática, os dejetos líquidos são separados dos sólidos. Segundo Luiz, os rejeitos sólidos são aproveitados para compostagem para adubar e nutrir a lavoura de grãos e os líquidos são usados para produção de biogás para a geração de energia.
“A produção de alimento demanda água e energia. Os animais da raça holandesa que produzem alta quantidade de leite por dia, são bastante exigentes em conforto e cuidados”, disse Luiz Carlos.
Além do tratamento de resíduos animais, a propriedade em Cristalina produz energia fotovoltaica. As placas solares captam a luz do sol enquanto flutuam na água acumulada da chuva, que escorre dos telhados dos galpões. Essa mesma água armazenada é utilizada para limpar a área de confinamento do gado leiteiro.
“É um projeto modelo que contempla o reúso de água e dejetos de forma integrada, fechando todo ciclo dentro da propriedade”, destacou.
Já no painel “Agregando valor à biodiversidade”, o produtor rural Sérgio Vergueiro apresentou o caso de sucesso da Fazenda Aruanã, localizada em Itacoatiara, no Amazonas, onde foi realizada parceria com a Embrapa para a recuperação de pastagens degradadas e o reflorestamento da área com a Castanheira-do-Brasil.
Segundo Sérgio, os 3 mil hectares de pastagem foram substituídos pela plantação de 300 mil árvores de castanheiras. “Após 15 anos de trabalho e aprendizado atingimos a fase produtiva. Hoje, temos 1,3 milhão de castanheiras plantadas em 3.700 hectares produzindo frutos, madeira, sequestrando carbono, gerando emprego e renda. Continuamos aprendendo a recuperar nossa área também com outras espécies”.
Para o produtor rural, escolhendo a espécie de árvore correta, é possível recuperar áreas desmatadas e degradadas na Amazônia. “Destaco também a possibilidade de comercialização da floresta plantada de castanheira (castanhal) como crédito de reposição florestal e do excedente da preservação obrigatória da propriedade (80%) como Cota de Reserva Legal”.
Vergueiro disse que a Fazenda Aruanã tornou-se referência na implementação do Código Florestal brasileiro e na aplicação da agricultura de baixa emissão de carbono proposta no Programa ABC do Governo Federal. “Assim, com a adoção de sistema de manejo florestal sustentável, a propriedade conseguiu conciliar a conservação de solo e de água, ampliando a área de florestas cultivadas e estimulando a recuperação de pastagens degradadas”, disse.
O pesquisador da Embrapa Cerrados, Felipe Ribeiro, participou do painel “Abordagem Integrada da Paisagem para o Desenvolvimento Territorial Sustentável (híbrido)” e falou sobre o Projeto Biomas e o Programa PRAVALER, duas iniciativas voltadas a mostrar ao produtor, com base na pesquisa e em ações práticas, como alcançar a regularização ambiental prevista no Código Florestal Brasileiro.
O PRAVALER é uma iniciativa da CNA, da Embrapa, em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Agência de Cooperação Alemã (GIZ) e foi criado a partir dos resultados de dez anos do Projeto Biomas.
“O nosso objetivo é viabilizar regularização ambiental produtiva das propriedades, buscando a convergência entre os setores produtivo e ambiental e destravar gargalos e dificuldades para alcançar a legalidade ambiental de acordo com a legislação”.
De acordo com Felipe Ribeiro, o PRAVALER também vai auxiliar na implantação do Programa de Regularização Ambiental (PRA) nas propriedades rurais. “A integração dos programas de regularização ambiental com o PRA Valer vai trazer segurança ambiental, econômica e jurídica na adequação ambiental da propriedade rural”.
Acompanhe a programação da CNA na COP-26 acessando a página especial da conferência.
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