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O percentual de brasileiros endividados bateu recorde em outubro e já atinge 74,6% das famílias, uma alta de 0,6 ponto percentual em relação a setembro e de 8,1 pontos percentuais na comparação ao mesmo mês de 2020. O levantamento, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), considerou consumidores que tem dívidas diversas, como cheque pré-datado, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros.
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) mostrou que o cartão de crédito segue avançando como o tipo de dívida que prevalece: 84,9% dos endividados possuem compromissos nessa modalidade, que é o meio de pagamento mais difundido no país. Em relação a outubro de 2020, o cartão de crédito avançou 6,4 pontos no endividamento, o maior incremento anual da série histórica do indicador. Carnês de lojas e o financiamento automotivo seguem ganhando destaque nas participações no endividamento.
Segundo a CNC, apesar do endividamento recorde, que atingiu 12,2 milhões de famílias em outubro, a inadimplência está num nível menor que há um ano. A razão é a alta recente dos juros, que começa a impactar na proporção de endividados, diminuindo o crescimento na contratação de dívidas na margem. As concessões de crédito com recursos livres às pessoas físicas caíram 2% entre agosto e setembro, segundo dados do Banco Central (BC), primeira queda mensal desde janeiro deste ano.
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O aumento da inflação também diminuiu o espaço da renda para o consumo e quitação das dívidas. Nas famílias com mais de dez salários, a parcela média de comprometimento da renda (27,3%) é a menor desde dezembro de 2020, corroborando o fato de que a inflação com as características atuais pesa menos nos orçamentos dos consumidores desse grupo.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, classifica como “impressionante” o relativo controle da taxa de inadimplência diante do frágil cenário da economia.
“A inflação corrente elevada e disseminada tem deteriorado os orçamentos domésticos e diminuído o poder de compra das famílias, em especial as na faixa de menor renda. Os números demonstram os esforços em manter os compromissos financeiros em dia, com renegociação e melhor controle dos gastos”, afirma Tadros.
Do total das famílias endividadas, 25,6% estão com as contas em atraso e 10,1% não terão condições de pagá-las. Mas são indicadores que estão em queda se comparados com períodos anteriores.