O ministro Edson Fachin, recém-eleito presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tornou-se peça-chave no futuro político do Tocantins. Relator do pedido apresentado pelo governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos) para reassumir o cargo, Fachin terá de decidir sobre um dos casos mais sensíveis da cena política estadual após a deflagração da segunda fase da Operação Fames-19.
Pedido de retorno ao cargo
Wanderlei foi afastado por 180 dias por decisão do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), medida confirmada por unanimidade pelo pleno da Corte Especial.
O recurso agora em tramitação no Supremo tem Fachin como relator e busca suspender os efeitos da decisão que retirou o governador do comando do Palácio Araguaia.
O que pesa contra Wanderlei
A segunda fase da Operação Fames-19 investiga suspeitas de desvio de recursos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia, além de cobrança de propinas e uso de empresas de fachada.
Segundo a Polícia Federal, o esquema teria continuado mesmo após buscas realizadas há mais de um ano, o que fundamentou a decisão de afastamento.
Quem é Edson Fachin
• Naturalidade: Rondinha (RS)
• Idade: 67 anos
• Carreira: Formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), professor titular da instituição, mestre e doutor pela PUC-SP, com pós-doutorado no Canadá.
• Indicação ao STF: Nomeado em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff.
Histórico de decisões
Fachin ganhou destaque em 2017, ao assumir a relatoria da Operação Lava Jato após a morte de Teori Zavascki. Desde então, conduziu julgamentos de grande impacto, como:
• Condenação do ex-presidente Fernando Collor por corrupção e lavagem de dinheiro.
• Voto contrário ao marco temporal das terras indígenas.
• Proibição da revista íntima vexatória em presídios.
• Relatoria do processo sobre a “uberização”, que deve definir se motoristas de aplicativos têm vínculo empregatício com as plataformas digitais.
O que está em jogo para o Tocantins
A decisão de Fachin poderá manter Laurez Moreira (PSD) no comando interino do Estado ou devolver o cargo a Wanderlei Barbosa.
Nos bastidores, lideranças políticas e empresariais acompanham com atenção, já que o desfecho influencia alianças e o equilíbrio de forças para as eleições de 2026.
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