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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje (26) que o governo federal já está desabilitando os leitos de terapia intensiva criados para atender a demanda de pacientes durante a pandemia da covid-19. Segundo ele, a medida vai economizar cerca de R$ 14 bilhões no orçamento do Ministério da Saúde, em um momento de ajuste nas contas públicas do país.
De acordo com Queiroga, em 2019 o Brasil tinha 22,4 mil leitos de UTI habilitados. Durante a crise sanitária, o governo ampliou em mais 21,7 mil leitos. “Hoje dispomos de mais de 42 mil leitos de terapia intensiva. Mas não foi só habilitação, nós equipamos esses leitos com respiradores, monitores, bombas de infusão, bem como financiamos [o custeio e as equipes]”, disse durante palestra na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Sem detalhar a quantidade, Queiroga explicou que serão mantidos os leitos na proporção recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Antes da pandemia, a orientação era de 10 a 30 leitos de UTI para cada 100 mil habitantes.
“Nesse período, já estamos fazendo a desabilitação, porque o Brasil não necessita de 42 mil leitos. Nós queremos deixar a proporção recomendada pela OMS e estamos ajustando o financiamento. Porque se tivesse que manter esses 42 mil leitos habilitados, isso impactaria em cerca de R$ 14 bilhões no orçamento do ministério em 2022. E, diante dos problemas fiscais, que acometem todos os países, nós precisamos fazer um redirecionamento dessa questão dos leitos de terapia intensiva”, completou.
Queiroga destacou que, com o avanço da vacinação, houve queda de 90% no número de casos e óbitos pela covid-19 no Brasil, permitindo a adoção desse tipo de medida. “Nós temos mais de 559,5 milhões de doses de vacina [contratadas] e isso permite que possamos assegurar que, até o final do ano, toda a população brasileira estará vacinada com as duas doses. Essa era uma meta nossa e cumprimos e até antecipamos a aplicação de doses de reforço”, disse, acrescentando que 68,8% da população adulta brasileira, cerca de 120 milhões de pessoas, já estão imunizadas com as duas doses ou dose única.
Para a campanha contra a covid-19 em 2022, o ministro disse que o Ministério da Saúde prevê a utilização de 134 milhões de doses remanescentes deste ano e de doses de novas contratações, sendo 150 milhões da vacina da Pfizer e 180 mil da AstraZeneca/Oxford. O investimento estimado é de R$ 11 bilhões. “À medida que [a campanha] evoluiu, os casos e óbitos caíram. Ninguém tem dúvida que temos que imunizar nossa população e garantir que estejam protegidos”, disse.
Edição: Fernando Fraga