O serviço de radioterapia no Tocantins voltou a ser ofertado após cinco anos de espera. A primeira sessão foi realizada nesta terça-feira (13). A retomada do tratamento no estado garante um pouco mais de esperança para quem está na luta contra a doença. O aposentado Eloi José Oliveira, por exemplo, ficou satisfeito ao saber que poderá fazer o tratamento perto de casa.
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“A gente mora aqui mesmo. Sempre que sai o negócio não é muito fácil. Acho que sozinho, para encarar, era meio difícil”, disse o aposentado.
A única máquina de radioterapia do estado foi comprada há cinco anos, mas nunca tinha funcionado. Desde 2015, cerca de 1300 pacientes tiveram que sair do Tocantins para fazer tratamento no Maranhão. O governo gastava cerca de R$ 70 mil por mês com ajuda de custo para os pacientes, enquanto a máquina ficava parada.
A Maria Cabral, por exemplo, precisou ficar quatro meses em Imperatriz (MA) para fazer as sessões de radioterapia. Para dar força à mãe na luta contra o câncer no útero, o filho teve que abrir mão de quase tudo.
“Eu deixei de trabalhar, que eu trabalhava em uma fazenda. Larguei tudo para acompanhar ela”, disse o lavrador José dos Santos. “Se não fosse o meu filho eu estava como? Estava debaixo do chão”, contou Maria Cabral.
A espera pela retomada da radioterapia no Tocantins começou ainda em 2014, quando a máquina que existia em Araguaína parou de funcionar.
Há quatro anos o Ministério Público atuava no caso. Começou pedindo providências ao Estado para a retomada do serviço. Em 2016, a Justiça determinou a reforma do antigo Hospital São José e a instalação do aparelho de radioterapia.
Os prazos não foram cumpridos e o MPE chegou a pedir a prisão do secretário de saúde, mas a Justiça não autorizou. Em setembro de 2019, foi determinado o bloqueio de R$ 1,4 milhão das contas do governo e a reforma foi iniciada.
Após vários tramites processuais a administração pública assumiu no início deste ano o compromisso de normalizar o serviço até março. Os profissionais foram treinados e a máquina colocada em sala apropriada. Agora, após mais alguns meses de atraso o serviço finalmente voltou a funcionar.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, apenas os pacientes que estão no início do tratamento serão atendidos em Araguaína. A transferência dos que atualmente estão no Maranhão será avaliada caso a caso.
Com informações do G1 TO
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