20 de maio de 2024 15:49

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De acordo com MPF, Marcelo Miranda lavou dinheiro dando carro para filho

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De acordo com MPF, Marcelo Miranda lavou dinheiro dando carro para filho

O Ministério Público Federal acredita ter encontrado uma explicação para o Jeep Renegade apreendido na casa do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) durante a Operação Reis do Gado, em 2016. Para os procuradores, o veículo era um presente de Miranda ao filho dele. O carro estava em nome de Tatiane Felix Arcanjo, mulher do ex-secretário de relações institucionais Elmar Batista Borges, o ‘Cenourão’, e seria também uma forma de lavar dinheiro de corrupção.

A informação consta no Acórdão do julgamento que decidiu por manter o ex-governador preso no último dia 17. Os procuradores apresentaram a alegação como mais um elemento para pedir a manutenção da prisão. Segundo o documento, Cenourão e Tatiane Felix confirmaram a história durante depoimento no dia 25 de setembro deste ano.

Eles teriam dito ainda que dias antes do casal ser preso, Marcelo Miranda teria tentado se reunir com Elmar Batista Borges para alinhar as versões a respeito da compra do carro. Na época, tanto o ex-secretário como a mulher já estavam sob investigação pela suspeita de serem laranjas de Miranda.

A defesa do ex-governador nega as acusações. Disse que a tentativa de reunião entre o ex-governador e o ex-secretário não era para tratar deste assunto e que não havia nada de errado com o encontro, uma vez que os dois trabalharam juntos e mantinham amizade. Afirmou ainda que a informação de que o carro era usado pelo filho do ex-governador não procede e que ele sequer mora em Palmas.

O advogado afirmou ainda que isso vai ficar demonstrado no processo e que são os acusadores que precisam provar a veracidade do que falam. A defesa apresentou novo recurso no Superior Tribunal de Justiça pedindo a liberdade de Miranda nesta sexta-feira.

Os crimes teriam sido praticados durante os governos de Marcelo Miranda no Tocantins. Os investigadores concluíram que os atos ilícitos praticados pela família Miranda eram divididos em sete grandes eixos, envolvendo empresas, fazendas, funcionários públicos e laranjas, “que se relacionavam organicamente entre si para o desenvolvimento êxito das atividades criminosas, mas que funcionavam como grupo”.

As investigações apontaram ainda que durante as investigações foram verificados episódios de falsificação de escrituras públicas e registros de imóveis vinculados à família para promover a ocultação e blindagem patrimonial. Também há indícios de ameaças a testemunhas, compra de depoimentos e destruição de provas.

O grupo era tão bem articulado, segundo a polícia, que utilizava equipamentos de contrainteligência para dificultar e impedir a investigação pelas autoridades policiais. “Assim como a rara utilização do sistema bancário legalizado, consoante teria restado claro a partir do insucesso das medidas de bloqueio determinadas pelo eminente ministro Mauro Campbell Marques”, diz a decisão.

Para a Justiça, a sucessão de atos de investigação não resultou no desmantelamento da organização criminosa, que continuaria em pleno funcionamento através de prepostos – testas de ferro. A lavagem de dinheiro se daria pela aquisição de fazendas, aviões, veículos e gado mediante a ausência de escrituração em nome de laranjas.

O esquema funcionava de tal forma que a Justiça chegou a tentar bloquear as contas de Marcelo Miranda e do pai dele, mas em uma das vezes encontrou apenas R$ 16.

Com informações do G1 Tocantins.

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