Moradores da Arne 74 em Palmas estão convivendo com o medo e a sensação de insegurança. Assaltos tem feito parte da rotina de quem mora na região causando desespero em quem precisa sair de casa.
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Os crimes acontecem dentro das casas e dos estabelecimentos comerciais. Um morador, que preferiu não se identificar, relatou um momento de terror que passou com a família. Eles tinham acabado de jantar em um estabelecimento localizado na quadra, quando clientes e proprietários foram rendidos. Era por volta das 21h30.
“Estávamos saindo, estava com minha mãe que é idosa, minha esposa e filho, e quando nos dirigimos para o veículo, chegaram dois sujeitos, ambos com arma de fogo, e renderam todos que estavam ali, nós e os donos do estabelecimento. Nos conduziram para uma sala, dentro do espetinho. Um deles ficou na porta dando as instruções para o criminoso, que ficou dentro da sala com a gente. Ordenaram que entregássemos carteira, dinheiro, joias, celulares, e depois os dois fugiram em um veículo que estava comigo”.
O morador recuperou o carro roubado, mas os damos emocionais permanecem, segundo ele.
“Essa sensação de que vai ficar impune e a lembrança daquele momento que vem à sua cabeça, quando você vai dormir. Você lembra que estava com a sua esposa, uma criança pequena, a sua mãe, aquilo te traz um revolta, um sentimento ruim. O fato já tem mais de cinco dias e mesmo assim, estamos com dificuldades de falar sobre o assunto. A gente quer esquecer o quanto antes”.
As câmeras de segurança registraram o momento em que cinco criminosos tentam arrombar uma casa da quadra na noite de Réveillon. Eles usam pedaços de madeira para forçar a cerca elétrica, mas não conseguem.
As reclamações são muitas. Lotes baldios, mato alto e a iluminação precária contribuem para a ocorrência de assaltos e furtos na região.
“Quando [o lote] está limpo é uma coisa, mas no caso da nossa quadra que não tem uma manutenção de limpeza, então se torna perigoso, pode esconder bandido”, lamentou a assistente social Vânia Severo.
“À noite, o pessoal está entrando na casa, esperando à mão armada na entrada das quadras. Nessa alameda, roubaram o carro [de um morador], os pertences. Realmente, eu tenho medo de morar nessa região”, argumentou o servidor público Hemerson Holanda.
A comunidade usa o grupo da quadra, criado a partir de uma aplicativo de mensagens, para falar sobre a insegurança, relatar os crimes e, dessa forma, fazer alertas quanto aos riscos.
“Se entrar no grupo e tiver um problema, você fica com trauma. Se colocar um estranho no grupo, ele jamais vem morar aqui. Nós temos um vizinho que foi assaltado, levou carro dele. Criminosos entraram na casa de outro vizinho, levaram o carro e a moto. Mas, infelizmente, a insegurança predomina não só nessa quadra”, disse o presidente da associação dos moradores, Euler Vidal.
O 1º Batalhão da Polícia Militar informou que vai manter o policiamento ostensivo e preventivo na cidade, reforçando esse trabalho contínuo na Arne 74, além de fazer o contato constante com outros órgãos para alinhar as ações de policiamento em toda a capital.
Com relação à iluminação e a manutenção da limpeza de terrenos sem construção, a prefeitura da capital ainda não se posicionou.