O exame de corpo de delito feito no lanterneiro Jairon Pereira de Souza da Silva, de 36 anos, não identificou sinais de agressão física após ele ser abordado por uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Essa é a conclusão do laudo pericial feito pelo Instituto Médico Legal (IML), apesar de testemunhas terem flagrado o espancamento e das marcas deixadas no corpo.
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O caso aconteceu no dia 6 de janeiro deste ano. Pelo menos dois integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) retiraram Jairon do carro e o agrediram com socos e pontapés em um posto de combustível da região do Aureny I. Imagens do momento da abordagem circularam nas redes sociais.
A vítima foi levada para a delegacia pelos policiais rodoviários por estar dirigindo sob efeito de álcool e relatou ao delegado plantonista que havia sido espancado. O próprio delegado e um agente o levaram até o IML para que pudesse ser feito o exame de corpo de delitona madrugada de 7 de janeiro.
O resultado desse exame pericial, concluído no dia 9 de janeiro e assinado pelo médico legista Sergio de Moraes, cita o relato de Jairon sobre chutes nas costas e na coxa esquerda. Entretanto, a conclusão é que não houve sinais externos de agressão física e lesão corporal.
Marcas pelo corpo
Apesar do resultado do exame, em entrevista à TV Anhanguera no dia 11 de janeiro, o lanterneiro contou o que aconteceu na noite de agressões e que realmente havia ingerido bebida alcoólica e que estava com a documentação irregular. Mas achou que houve exagero na abordagem policial.
“Eu errei porque tentei escapar para eles não pegarem. Peguei a 010 [BR] porque eu moro em Taquaralto. Eu queria parar, mas já tinha fugido e eles atrás […] e fui parar em um lugar claro”, disse, explicando que não quis parar o carro na rodovia porque estava escuro”, explicou Jairon na época.
De acordo com a Polícia Civil, o homem foi indiciado por dirigir sob efeito de álcool.
Os policiais rodoviários foram afastados das funções até que a investigação do caso fosse concluída pelas Corregedorias regional e nacional da PRF.
O caso
Segundo boletim de ocorrência registrado sobre o caso, os policiais teriam dado ordem de parada para a vítima ainda na BR-010, em Taquaralto. Isso porque o homem aparentava embriaguez e ainda trafegou pela contramão. Quando chegou ao posto do Aureny I, eles o abordaram e o agrediram.
Quatro policiais rodoviários levaram o homem para a 1ª Central de Atendimento por volta das 23h. Eles alegaram os crimes de embriaguez ao volante, desobediência e pelo menos oito infrações de trânsito.
Segundo a Polícia Civil, o delegado plantonista estipulou uma fiança, que foi paga, e encaminhou a vítima para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito, já que ele falou dos socos e chutes que recebeu. Depois disso, foi liberado.
O delegado Thiago Vaz Resplandes, que atendeu a ocorrência, chegou a informar a Justiça que os policiais rodoviários tentaram mudar depoimento e fraudar o boletim de ocorrência após um vídeo de agressão viralizar na internet.
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