10 de maio de 2024 00:50

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Em Palmas, implementação de educação bilíngue de pessoas surdas deve começar em 2024

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Em Palmas, implementação de educação bilíngue de pessoas surdas deve começar em 2024

A implementação da educação bilíngue de pessoas surdas na rede municipal de ensino de Palmas foi amplamente discutida em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Palmas (CMP) na tarde desta segunda-feira, 19. Conforme o Executivo, a implementação dessa modalidade de ensino, que educa para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o Português, deve ocorrer em 2024.

O vereador Folha (PSDB), presidente da Casa de Leis, foi o autor do requerimento da audiência pública e destacou que este é um dia histórico no qual a Câmara conseguiu trazer todas as pessoas que desejam melhorar a qualidade de vida das pessoas surdas. “Eu gostaria de ressaltar que recentemente apresentei dois projetos de lei, visando permitir que a comunidade surda alcance cada vez mais espaço em nossa sociedade: o primeiro visa instituir o Dia Municipal do Surdo, no dia 26 de setembro e o outro para que as agências bancárias de Palmas disponibilizem um intérprete de Libras para que os surdos possam ter atendimento igualitário e eficiente”, ressaltou.

Na oportunidade, a secretária municipal de Educação, Maria de Fátima Sena disse que o atendimento a esse público já é feito com muito carinho nas escolas do Município, mas que é preciso avançar ainda mais. “Temos projeção para em 2024 ter três escolas Polo, uma na região Norte, uma na região Central e outra na região Sul, com classes multisseriadas. Essas escolas serão piloto para que possamos verificar se é isso que dá certo”, ponderou.

Por sua vez, a professora Allana Cruz apresentou o Projeto de Implementação de uma Educação Bilíngue no Tocantins e, como aluna e professora surda, reforçou as dificuldades de aprendizagem enfrentadas e convidou mães e alunas para darem seus depoimentos sobre as barreiras encontradas.

Dentre elas, Daiz Guimarães, mãe ouvinte de uma filha surda, comentou sobre a preocupação das pessoas em a escola bilíngue gerar segregação. “Inclusão e integração são coisas diferentes. Hoje o que acontece nas escolas é apenas a integração. Os professores não sabem Libras, os funcionários não sabem Libras, as salas não são adaptadas de forma visual e as atividades não são adaptadas. Constantemente, os alunos surdos são impedidos de ir pra aula por falta de intérprete e isso gera vários transtornos emocionais na minha filha e em todas as crianças”, pontuou.

Allana Cruz apresentou ainda exemplos de sucesso de escola bilíngue no Ceará e destacou que, em 2023, Palmas tem 50 alunos surdos/deficientes auditivos divididos em 16 escolas. Ela também contou um pouco de sua história como uma criança surda que enfrentou diversas dificuldades no aprendizado e garantiu que atualmente as escolas podem e devem se preparar para oferecer uma educação de qualidade para todos os alunos com deficiência auditiva.

Também participaram da Audiência os vereadores Benna Maia (União), Eudes Assis (PSDB) e Daniel Nascimento (REPUBLICANOS), a representante da Gerência de Ensino Especial da SEDUC/TO, Paola Bruno, o Presidente da Associação de Surdos, Rondinelli Moreira, o Defensor Público, Freddy Antunes, e o Promotor de Justiça, Benedicto Guedes Neto.

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