18 de maio de 2024 05:14

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Alerta! Macacos encontrados mortos, em Taquaruçu, iniciam investigações sobre a circulação da febre amarela

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Alerta! Macacos encontrados mortos, em Taquaruçu, iniciam investigações sobre a circulação da febre amarela

Na última terça-feira, a Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ) voltou ao distrito de Taquaruçu Grande, em Palmas, local em que macacos foram encontrados morto, para coletar mosquitos que podem ser possíveis vetores para febre amarela.O objetivo é reforçar as investigações sobre a circulação da doença na região.

“Pode ter algum problema nas amostras do macaco, pode dar inconclusivo. Então nesse caso se a gente conseguir pegar algum vetor, ele pode servir como complemento na investigação”, explicou o biólogo da UVCZ, Anderson Brito.

Depois da captura dos mosquitos, eles ainda passam por um processo de análise pelos biólogos do CCZ. Se alguma espécie que transmite a febre amarela for detectada, a amostra é enviada para o Instituto Evandro Chagas (PA), que é o laboratório referência nacional para febre amarela.

Na semana passada, cinco macacos foram encontrados mortos no distrito de Taquaruçu Grande. Três dos animais estavam na propriedade do empresário Alex Moura.

“Nós tomamos as providências de chamar o CCZ para estar informando o que estava acontecendo na nossa região. Ao colocarmos no grupo da comunidade, a vizinha também informou que havia dois macaquinhos mortos no seu quintal”, afirmou o empresário.

O Alex mora no local com a família há cerca de 15 anos e disse que nunca vivenciou essa situação. Na propriedade dele, há muitas árvores frutíferas. Por isso, diariamente macacos vão ao local para se alimentar. Mas os animais não são vistos há alguns dias.

“Significa que está acontecendo alguma coisa, nos preocupa. Aqui tenho os meus filhos, a vizinhança e temos que saber o que está acontecendo”, disse ele.

A morte de macacos é um alerta para febre amarela, que pode afetar os primatas e também os humanos. “É uma doença que está incluída nas febres hemorrágicas. A febre amarela é uma virose e pode evoluir para hemorragia e óbito”, explicou o médico Antônio José Santos.

No ano passado, 14 casos de febre amarela em humanos foram notificados no estado, sendo quatro deles na capital. Além disso, uma morte em Lagoa da Confusão é investigada.

Duas mortes pela doença foram confirmadas no Tocantins, uma em 2017 e a outra em 2018.

Já em macacos, em 2021, foram 19 notificações, mas desse total, oito casos foram descartados.

“O Lacen recomenda a coleta de amostras de pacientes suspeitos até o 10º dia do início desses sintomas para coleta e realização do teste RT-PCR. No Lacen nós fazemos essa primeira análise, esse primeiro teste, em que há a identificação da presença do vírus. Caso seja positivo, nós encaminhamos essas amostras para identificação do vírus presente”, destacou a diretora do Lacen, Jucimaria Dantas.

A principal prevenção da febre amarela é a vacina de dose única, que é aplicada em crianças com menos de 1 ano de idade. No entanto, em 2021, só 55% do público-alvo receberam o imunizante. A meta do Ministério da Saúde que não foi alcançada no Tocantins é de 95%.

“O tratamento praticamente não existe e a única maneira de se prevenir, de se evitar a febre amarela é a vacinação”, reforçou o médico Antônio José.

O controle dos mosquitos também é uma das formas de prevenção. O biólogo do UVCZ ressalta que matar macacos não previne a doença, além de ser crime ambiental.

“Os macacos, assim como nós humanos, são vítimas da febre amarela, então a gente sempre aconselha, matar o macaco não vai adiantar. O macaco é vítima e serve de sentinela”.

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