Julho, época em que se iniciam os ventos, abre oficialmente a temporada para as pipas em Palmas. Essa prática antiga e muito conhecida ganhou força com as férias escolares e com a recomendação de distanciamento social devido à pandemia do coronavírus. A brincadeira, praticada ao ar livre, se tornou um momento especial de descontração entre crianças, jovens e até adultos.
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A maior preocupação da Gerência Operacional de Fiscalização de Trânsito e Transportes da Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana (Sesmu), é que embora a atividade encante os pequenos e até mesmo os mais velhos, são necessários alguns cuidados para a diversão não se tornar um risco já que o uso de cerol nas linhas pode provocar lesões leves e até fatais principalmente para os motociclistas e ciclistas.
O cerol é uma técnica caseira utilizada para que a linha não se rompa com facilidade, e é composto por uma mistura de cola com vidro moído ou limalha de ferro que tem como objetivo cortar a linha da pipa do adversário. Uma vertente disso, a linha chilena, é ainda mais cortante do que o cerol e leva em sua composição uma mistura de óxido de alumínio e quartzo moído.
A gerente Operacional de Fiscalização de Trânsito e Transportes da secretaria, Júnia Ferreira, destaca quão nocivo é o uso desse tipo de produto. “Muitos na inocência não fazem ideia, mas o cerol e a linha chilena em pipas ou ‘papagaios’ é uma prática que pode matar. Ambos podem causar lesões corporais e mortes de motociclistas, ciclistas e de quem faz o uso das linhas. É até mesmo prejudicial para os animais que são degolados ao terem a linha enroscada em seu corpo”, afirma.
Fato de risco alto
Um outro fator de risco com a brincadeira é a pipa enroscar em fios de energia elétrica. “Caso aconteça de uma pipa enroscar em fios, o que é muito comum, é importante que as crianças não tentem retirá-las. Que não façam uso de canos, paus, pedaços de ferro ou qualquer outro tipo de objeto para desenrolá-la. E, ao correr atrás das pipas, não deixem de observar o trânsito, evitando assim possíveis atropelamentos”, afirma a gerente do setor, Júnia Ferreira.
Diversão responsável
A Sesmu enfatiza que muitas vezes as crianças não têm noção do que pode ocorrer, por isso é importante que os pais conversem com seus filhos sobre essas orientações:
– Soltar pipa apenas em locais afastados da rede elétrica, em campos abertos ou parques;
– Nunca use fios metálicos nem papel laminado para confeccionar a pipa, eles são como condutores de energia e podem causar choques fatais;
– Se a pipa ficar presa nos fios elétricos, não tente retirá-las. Nunca use varas nem suba no poste para tirar uma pipa, o choque nestes casos é fatal;
– Se a pipa cair em uma árvore que esteja tocando a rede elétrica, é perigoso tentar retirar, pois o movimento dos galhos pode provocar curto-circuito e choques;
– Não use cerol, além do risco de ferir ou mesmo matar alguém, o material costuma cortar os fios de alta e baixa tensão. Vale lembrar que, o uso de cerol é proibido e constitui um grande risco para as pessoas. Ele pode provocar acidentes graves com ciclistas e motociclistas;
– Prefira pipas que não precisem de rabiola;
– Não suba em telhados, lajes, postes ou torres para recuperar pipas.
Conscientização digital
O trabalho de conscientização que antes da pandemia era realizado nas escolas pela equipe de Educação para o Trânsito da Sesmu, atualmente acontece de forma 100% virtual, por meio das redes sociais do órgão e da Prefeitura de Palmas nos perfis do Instagram, Twitter e Facebook.
A série de material educativo trará recomendações de segurança tanto para os adeptos da brincadeira, como para os ciclistas e motociclistas na prevenção aos acidentes, e será divulgada até meados do mês de outubro, quando se inicia o período chuvoso na Capital.