Um incêndio em um trem no Paquistão já soma 74 vítimas fatais. A tragédia aconteceu na manhã desta quinta-feira (31), na zona rural do distrito de Rahim Yar Khan, na província de Punjab, e foi provocado pela explosão acidental de botijões de gás, anunciaram as autoridades.
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“O fogo foi controlado durante a manhã, mas os serviços de emergência continuam trabalhando nos vagões carbonizados, ainda com muita fumaça. Além do grande número de mortos, mais de 40 pessoas ficaram feridas”, afirmou a ministra provincial da Saúde, Yasmin Rashid.
O fogo atingiu três vagões e algumas vítimas morreram ou se feriram ao saltarem do trem em chamas ainda em movimento. Cada vagão teria capacidade para 88 passageiros. Os feridos foram transportados para os hospitais da região. Até o momento apenas 18 corpos foram identificados, de acordo com a ministra.
“A tragédia poderia ter sido evitada”, declarou a ministra paquistanesa de Direitos Humanos Shireen Mazari, criticando que as bagagens de passageiros são raramente controladas a bordo dos trens, onde o transporte de botijões de gás é proibido.
Muitas vítimas são peregrinos que viajavam para a festa religiosa Tablighi Ijtema, na região de Lahore (leste do Paquistão), a mais importante do Paquistão, de acordo com as autoridades. O festival de três dias, que começa nesta quinta-feira, reúne um público de cerca de 500 mil pessoas vindas de todo o país. As preces esse ano serão dedicadas às vítimas do acidente, informou um responsável do principal centro religioso de Raiwind.
Terrível tragédia
O primeiro-ministro Imran Kahn afirmou estar “profundamente triste com a terrível tragédia” e anunciou a abertura de uma “investigação imediata, que deve acontecer de maneira urgente”.
Os acidentes de trens são frequentes no Paquistão, um país que herdou da dominação colonial britânica uma grande rede de ferrovias, atualmente em péssimo estado, consequência de ausência de manutenção, gestão inadequada, falta de investimento e décadas de corrupção.
Em julho, um choque entre dois trens na mesma região deixou 23 mortos. Imran Khan pediu na ocasião “medidas urgentes para enfrentar décadas de negligência nas infraestruturas ferroviárias”.